Tudo sobre: Acne
Introdução
A acne é uma doença de pele comum nos felinos. Acomete principalmente a região do queixo, lábio inferior e focinho (em cães). Nos gatos, apresenta-se inicialmente como pontos pretos (comedões), por isso, os tutores costumam se queixar que o animal está com o “queixo sujo”. Nos casos crônicos, podem se desenvolver cistos e cicatrizes.
Em felinos, não há predisposição racial e sexual, acomete adultos e idosos, sendo incomum em animais jovens. De outro modo, em cães, a acne surge na puberdade, possivelmente por envolvimento hormonal e possui predisposição racial, como relatado nas seguintes raças: Boxer, Buldogue, Weimaraner e Dobermann.
Nos felinos, a causa da doença ainda não é bem esclarecida, acredita-se que seja um distúrbio na queratinização folicular, decorrente de predisposição multifatorial: alteração do ciclo de crescimento do pelo, hábito pobre de higienização, estresse, produção sebácea anormal (substância oleosa para lubrificar e impermeabilizar a pele e os pelos), imunossupressão e infecção viral crônica concorrente.
A acne canina é caracterizada por foliculite (inflamação do folículo piloso) e furunculose (rompimento do folículo piloso), como consequência de uma obstrução do folículo piloso, por material queratinoso ou sebáceo, ou uma infecção, que resultam no rompimento do folículo.
A acne felina está associada aos cuidados inadequados ou à falta de cuidado do felino. Já a acne canina, está relacionada à inflamação dos pelos curtos do queixo resultante de abrasões diárias provocadas quando o cão se esfrega em superfícies. A acne também ser secundária a patologias como demodicose, dermatofitose, malasseziose ou granuloma eosinofílico, em cães também pode ser consequência de doenças autoimunes, metabólicas e neoplásicas.
O diagnóstico será baseado nos sinais clínicos e exames complementares, para exclusão de outras patologias como demodicose, malasseziose, dermatofitose e atopia. Geralmente, o tratamento tópico é suficiente, mas em casos mais graves pode ser necessária terapia sistêmica.
Transmissão
-Não se aplica
Manifestações clínicas
-Comedões;
-Nódulos cutâneos;
-Folículo piloso recoberto por secreções;
-Edema e inflamação;
-Sensibilidade;
-Prurido;
-Alopecia;
-Hiperqueratose;
-Hiperpigmentação;
-Microabscessos
Observações: Em alguns casos, pode ocorrer febre, anorexia e linfoadenomegalia.
Diagnóstico
Associação de anamnese, histórico e exame clínico.
-Histopatologia
-Pesquisa parasitológica do raspado cutâneo
-Micológico direto
-Lâmpada de Wood
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do Médico Veterinário.
Tratamento
Geralmente, o tratamento tópico é suficiente, mas em casos mais graves, pode ser necessário terapia sistêmica.
O medicamento a ser utilizado irá variar de acordo com a presença ou ausência de infecção, podendo ser administrados antibióticos e antifúngicos. Desta forma, o animal deve ser avaliado por um(a) Médico(a) Veterinário(a), pois este saberá indicar o tratamento adequado para cada tipo de paciente.
A tricotomia (retirada dos pelos) da área lesionada é o primeiro passo do tratamento, permitindo a limpeza profunda dos folículos e a aplicação de medicação nas lesões.
Podem ser realizadas compressas quentes, pois o calor leva à abertura dos poros da pele, facilitando a penetração da medicação tópica. As compressas devem ser colocadas por dois a quatro minutos.
Prevenção
As lesões dos animais não devem ser espremidas, pois este ato aumenta a probabilidade do rompimento dos folículos, resultando em agravamento do quadro clínico.
É necessário se atentar ao momento do banho, principalmente nas raças de cães com predisposição, pois o animal deve ser seco adequadamente para evitar a proliferação de bactérias e fungos, principalmente nas regiões de dobras.
Referências Bibliográficas
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