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Tudo sobre: Asma e Bronquite Felina

Introdução

O trato respiratório é composto pelas vias aéreas superiores (narinas, laringe e traqueia) e vias inferiores (pulmões e em seu interior os brônquios, alvéolos e bronquíolos). Os brônquios, principais afetados na asma e bronquite, possuem como função encaminhar o ar da traqueia para os pulmões, nos quais, em seu interior, haverá estruturas de troca gasosa que gerarão o ato de respiração em si. 

Anatomicamente, os felinos possuem algumas peculiaridades, como maior quantia de musculatura lisa na parede dos brônquios, maior quantidade de cartilagem hialina, células mais arredondadas e grande presença de mastócitos nos pulmões (células responsáveis por armazenar mediadores químicos inflamatórios e produtos de reações de hipersensibilidade), por isso, esses animais apresentam maior incidência de doenças respiratórias do que outras espécies.

Utiliza-se o termo doença brônquica felina como forma de abranger qualquer doença das vias respiratórias inferiores, incluindo a asma e a bronquite crônica felina. Ambas as doenças são ocasionadas posteriormente à inalação de alérgenos ou aerossóis, gerando respostas imunológicas que resultam em aumento da permeabilidade vascular, formação de edema, produção intensa de muco, contração da musculatura lisa, hiperresponsividade, remodelamento e obstrução dos brônquios, e todos estes efeitos associados culminam em limitação da passagem de ar.

A bronquite crónica felina e a asma possuem sinais clínicos muito semelhantes, mas ainda não se sabe plenamente se a causa e o desenvolvimento são iguais, mas com distintas manifestações inflamatórias. A asma felina é caracterizada pela constrição dos brônquios de forma reversível, tendo como principal componente células de defesa denominadas eosinófilos, e sua resposta terapêutica é considerada boa. Já a bronquite crônica apresenta inflamação com maior presença de células neutrofílicas, sendo caracterizada por tosse crônica devido a uma obstrução irreversível dos brônquios por ser usualmente associada à fibrose, e sua resposta ao tratamento geralmente é pouco efetiva. Contudo, vale ressaltar que nenhuma das duas possui cura, apresentam somente formas de controle.

Acomete animais jovens a de meia idade, sem predileção sexual ou racial, ainda que os siameses representem uma grande parcela da população felina acometida.

Não existe transmissão por contato direto, ela ocorre exclusivamente por predisposição genética a fatores alérgicos. Ocorre através da inalação ou contato direto com alérgenos comuns, tais como areia sanitária, fumaça, poeira, grama, produtos de limpeza, ácaros, pólen, dentre outros. Além disso, alguns autores citam que o uso de brometo de potássio (anticonvulsivante) pode gerar doença brônquica severa em gatos, por isso, seu uso deve ser evitado.

Transmissão

-Não se aplica

Manifestações clínicas

- Tosse esporádica (asma) ou contínua (bronquite) produtiva

- Sibilos pulmonares

- Dispneia

- Esforço ou angústia respiratória

- Taquipneia

- Respiração de boca aberta

- Posição ortopneica

- Cianose

- Anorexia

- Emagrecimento

- Letargia

- Hipertermia

- Espirro

- Intolerância ao exercício

- Êmese ou regurgitação após episódios de tosse constantes (em 10 a 15% dos casos)

Diagnóstico

Anamnese e exame físico detalhados associados a possíveis exames complementares que o(a) médico(a) veterinário(a) pode solicitar:

- Hemograma

- Radiografia torácica (pode não apresentar alterações em 23% dos casos) 

- Tomografia computadorizada torácica

- Teste peptídeo natriurético NT proBNP (diferenciar alterações de origem cardíaca ou respiratória)

- Lavado traqueal ou broncoalveolar (material deve ser submetido a cultura, antibiograma e análise citológica)

- Broncoscopia

- Coproparasitológico* 

- Ecocardiograma** 

- Teste cutâneo intradérmico

*Pode ser realizado visando descartar outros possíveis diagnósticos diferenciais que poderiam causar os principais sinais clínicos desta afecção (tosse e desconforto respiratório), dentre eles infecção por Aelurostrongylos abstrusus, Paragonimus kellicotti, Eucoleus aerophilla ou Capillaria aerophilia.

**Pode ser realizado com o intuito de descartar demais diagnósticos diferenciais, como cardiopatias e Dirofilariose.

Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a). 

Tratamento

O tratamento visa principalmente reduzir os sinais clínicos, os quais decorrem de efeitos inflamatórios desencadeados ao gerar o contato com os alérgenos, ou seja, minimizar a contração muscular e reduzir a inflamação. Pensando-se nisso, a terapêutica baseia-se principalmente no uso de broncodilatadores e corticóides, bem como evitar o contato com potenciais alérgenos ambientais. Pacientes com comportamento agressivo ou de difícil manipulação para fornecer a medicação é preterível o fornecimento de corticóide de depósito, que ficam depositados nos tecidos permanecendo mais tempo no organismo.

Crises asmáticas são as apresentações emergenciais da afecção, sendo necessária intervenção médica imediata. Recomenda-se a oxigenioterapia, redução do estresse, broncodilatadores e glicocorticóides.

Pesquisas atuais citam o uso de nutracêuticos e imunoterapia, como terapias alternativas, contudo, sua eficácia e mecanismos de proteção não são completamente elucidados.

Prevenção

A prevenção baseia-se principalmente em evitar o contato ou inalação com potenciais alérgenos, e a melhor forma é o controle ambiental quando a causa de base não for identificada. Portanto, recomenda-se manter o ambiente limpo, livre de mofo ou bolor, bem ventilado e, se possível, ao realizar a limpeza utilizar o aspirador de pó a fim de não suspender as partículas alérgicas. É importante também atentar-se aos produtos de limpeza, optando sempre por aqueles em que há menor odor, bem como manter o animal sempre distante do produto. Além disso, indica-se ao(à) tutor(a) optar pelo uso de areia higiênica que não forme pó na bandeja para que não haja a aspiração pelo pet. 

Tutores(as) fumantes devem ser instruídos a não fumarem próximo de seus pets, assim como, sempre que possível, utilizar técnicas para remover o odor ou trocar as roupas. 

Por último, mas não menos importante, sugere-se manutenção do peso, já que animais com sobrepeso apresentam menor expansão torácica, estando predisposto ao desenvolvimento da afecção.

Referências Bibliográficas

CHAMPION, Tatiana. Enfermidades Respiratórias: Asma Felina. In: CRIVELLENTI, Leandro Z.; CRIVELLENTI, Sofia Borin. Casos de Rotina em Medicina Veterinária de Pequenos Animais. 2. ed. São Paulo: MedVet, 2015. cap. 7, p. 275 - 277.

ZANUTTO, Marcelo; BORDINI, Carolina Grecco Grano. Crise Asmática. In: CALIXTO, Raquel. Emergência em medicina Felina. 1. ed. Curitiba: MedVep, 2018. cap. 5, p. 48 - 56.

TEIXEIRA, Myrian Kátia Iser. Asma felina e Bronquite Crônica. In: MAZZOTTI, Giovana Adorni; ROZA, Marcello Rodrigues da. Medicina Felina Essencial - Guia Prático. 1. ed. Curitiba: Equalis, 2016. p. 353 - 357.

DOENÇAS da Traqueia e Brônquios em Gatos: Doença Brônquica Felina - Asma felina e Bronquite crônica. In: JUNIOR, Archivaldo Reche; CASSIANO, Fabiana Cecília. Tratado de Medicina Interna de Cães e Gatos. 1. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2015. v. 2, cap. 148, p. 1282 - 1288.

DECIAN, Angela. Asma e Bronquite Crônica em Gatos Domésticos. 2019. 33 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Medicina Veterinária) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, [S. l.], 2019.

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