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Tudo sobre: Bloqueio Atrioventricular de Primeiro Grau

Introdução

O coração é composto por quatro câmaras (átrio esquerdo, átrio direito, ventrículo esquerdo e ventrículo direito), os quais possuem comunicação entre si através de válvulas, sempre respeitando o fluxo sanguíneo com direção unidirecional dos átrios para os ventrículos. Dentre as demais estruturas cardíacas, nessa afecção em questão é importante destacar o nódulo atrioventricular, o qual se localiza na junção entre átrios e ventrículos, recebendo as fibras miocárdicas atriais e sendo inervado por fibras simpáticas e parassimpáticas, tendo como função a coordenação das contrações atriais e ventriculares.

Bloqueios são alterações na condução elétrica cardíaca, que são classificados em três graus, diferenciados pela relação entre o estímulo atrial e a resposta ventricular. Diferentemente do que ocorre nos demais graus de bloqueio, o bloqueio atrioventricular de primeiro grau (BAV) não possui impedimento da condução elétrica, mas sim, um atraso.

Diversas são as possíveis causas de seu desenvolvimento tanto em cães quanto em gatos. Em cães podem ser citadas: 

- Tônus vagal (atividade do nervo vagal) exacerbado em animais jovens e/ ou atletas.

- Senilidade gerando doenças degenerativas que ocasionam condução mais vagarosa no nódulo atrioventricular;

- Maior predisposição genética de algumas raças como Cocker Spaniel e Dachshund em desenvolver ao longo da vida um atraso na condução elétrica, embora qualquer raça possa apresentar essa alteração. Raças braquicefálicas (focinho achatado) podem apresentar BAV fisiológico;

- Uso de determinados betabloqueadores, antiarrítmicos e anestésicos;

- Intoxicação por digitálicos (ex. digoxina) ou ectoparasiticida (ex. amitraz);

- Hiper ou Hipocalemia;

- Miocardite por protozoários.

Já em gatos, as causas mais comuns são:

- Achado fisiológico, ou seja, é considerado normal para o animal;

- Intoxicação por digitálicos;

- Dosagem inadequada de antiarrítmicos;

- Cardiomiopatias (especialmente a cardiomiopatia dilatada)

- Hipo ou hipercalemia.

Na maioria dos casos, os animais são assintomáticos, podendo por vezes ser somente fisiológico ou então sugestivo de cardiomiopatias em estados iniciais.

Transmissão

-Não se aplica

Manifestações clínicas

Os sinais clínicos que o animal pode apresentar variam de acordo com a causa do desenvolvimento da BAV e geralmente são secundários à ELA. Além disso, como dito anteriormente, na maioria dos casos os animais são assintomáticos.

Se a BAV de primeiro grau for decorrente de hipocalemia, o animal poderá apresentar:

- Fraqueza muscular

- Paralisia

- Paresia

- Letargia

- Anorexia

- Êmese

- Ventroflexão cervical

Decorrente de hipercalemia, o animal poderá apresentar:

- Bradicardia

- Alterações no eletrocardiograma

- Confusão mental

- Fraqueza 

- Paralisia flácida 

Casos de intoxicação por uso de antiarrítmicos, betabloqueadores ou digitálicos:

  • Alterações eletrocardiográficas
  • Anorexia
  • Náuseas
  • Êmese
  • Distúrbios visuais 
  • Confusão mental

Diagnóstico

Associação entre anamnese detalhada*, exames físico e complementares. O(a) médico(a) veterinário(a) pode solicitar/ realizar os seguintes exames complementares:

- Eletrocardiograma

- Ecocardiografia

- Hemograma completo

- Hemogasometria (visando investigar as dosagens séricas de potássio)

- Dosagem sérica de potássio

- Radiografia torácica (quando há suspeita de cardiomiopatia)

*Anamnese cuidadosa, dando maior enfoque nas comorbidades concomitantes e no uso de medicações e/ ou procedimentos anestésicos/ sedativos recentes.

Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).

Tratamento

Em animais assintomáticos, não é necessária intervenção medicamentosa. Se a causa for o uso de medicações que possam ter gerado intoxicação, recomenda-se o ajuste da dosagem ou interrompimento do fornecimento das mesmas. Fármacos que causam essas alterações carecem de reversores (quando disponíveis).

Alterações eletrolíticas devem ser corrigidas o mais rapidamente possível, seja o aumento ou a diminuição, pois ambos são prejudiciais ao animal. 

Se houver cardiopatias concomitantes, o tratamento adequado destas afecções é recomendado. 

Prevenção

A prevenção é aplicada somente nos casos de bloqueio decorrente do fornecimento de medicações, por meio de acompanhamento frequente dos níveis séricos, sintomatologia e avaliações cardíacas periódicas para a rápida detecção do seu surgimento e suspensão do(s) medicamento(s) se necessária.

Referências Bibliográficas

ALONSO, J. A. Montoya. Bloqueos Cardiacos. In: ALONSO, José Alberto Montoya; RAMIREZ, Enrique Ynaraja. Manual Práctico de Electrocardiografia en Pequenos Animales. Espanha: Elsevier Masson, 2007. cap. 10, p. 149 - 155.

FILIPPI, Luiz Henrique. Arritmias: Bloqueio Atrioventricular de Primeiro Grau. In: FILIPPI, Luiz Henrique. O Eletrocardiograma na Medicina Veterinária. São Paulo: Roca, 2011. cap. 12, p. 170 - 171.

DOCS, Veterinarian. Cardiologia veterinária. In: DOCS, Veterinarian Docs. Bloqueio Atrioventricular de 1° grau. [S. l.], 21 set. 2016. Disponível em: https://docplayer.com.br/9566190-Cardiologia-veterinaria.html. Acesso em: 21 mar. 2020.

MARTIN, Mike. Abnormalities in the conduction system: Heart block. In: MARTIN, Mike. Small Animal ECGs – An Introductory Guide. Estados Unidos: Blackwell Publishing, 2007. cap. 6, p. 43.

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