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Tudo sobre: Botulismo

Introdução

O botulismo é uma doença neurológica causada pela bactéria Clostridium botulinum. Na verdade, a doença ocorre pelos efeitos diretos da toxina produzida pelo Clostridium e não pelo microrganismo propriamente dito, o que dificulta o diagnóstico. Trata-se de uma forma de intoxicação alimentar, uma vez que o animal fica doente pela ingestão da toxina presente em alimentos de origem animal. Os cães são mais acometidos que os gatos e adquirem a doença após ingerirem lixo com restos alimentares, carne crua, ossos e carcaças de animais doentes (principalmente bovinos). A toxina também pode estar presente em águas empoçadas.

A toxina botulínica, já pré-formada pela bactéria, é ingerida e absorvida no estômago e intestino, sendo distribuída pela corrente sanguínea. Ela tem ação específica no sistema nervoso periférico e ao se ligar a receptores responsáveis pela transmissão de impulsos nervosos, impede a comunicação entre os músculos e as terminações nervosas. Por isso o botulismo cursa com paralisia flácida, pois o animal não consegue contrair a musculatura sob nenhum estímulo, permanecendo imóvel e com uma intensa fraqueza. Normalmente, apenas os movimentos da cauda se mantêm normais e a paralisia progride da região traseira para a dianteira. Os nervos cranianos também podem estar afetados, com alterações em pálpebras, língua, lábios e orelhas, mas normalmente não há perda da consciência. A paralisia do diafragma, músculo responsável pela respiração, é a consequência mais grave do botulismo e normalmente é o que leva o paciente ao óbito.

A doença pode ter um início hiperagudo/ súbito ou subagudo, ou seja, a manifestação e agravamento dos sinais pode ocorrer horas ou dias após ingestão da toxina, respectivamente. 

O diagnóstico é primariamente clínico e presuntivo, feito pela exclusão de outras afecções. Isso ocorre porque normalmente não há presença da bactéria nos tecidos do paciente e a detecção da toxina por meio de exames complementares é muito difícil.

Transmissão

- Alimentos contaminados (de origem animal)

- Água contaminada

Manifestações clínicas

- Ataxia

- Paralisia progressiva, que se inicia nos membros pélvicos e avança para os torácicos

- Fraqueza

- Flacidez muscular

- Paralisia das pálpebras

- Paralisia dos músculos faciais 

- Sialorreia

- Letargia

- Tosse

- Dificuldade em apreender alimentos

- Dificuldade em beber água

- Disfagia

- Regurgitação

- Midríase

- Dispneia

- Coma

Diagnóstico

- Exame clínico associado ao histórico do(a) paciente

- Exame neurológico criterioso

- Pesquisa de toxina botulínica

- Necropsia (post mortem) 

Observação: A realização e a definição da necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a). 

Tratamento

Não existe um tratamento específico para o botulismo e a terapia é baseada no suporte ao paciente e cuidados de enfermagem: reposição e manutenção hidroeletrolítica através de fluidoterapia, alimentação enteral (principalmente por sondas), troca de decúbito, manejo de feridas e escaras de decúbito, compressão vesical para auxiliar o animal a urinar e utilização de laxantes para auxiliar na defecação. 

A fisioterapia é essencial no tratamento dos pacientes com botulismo. As diversas modalidades vão ajudar acelerando o processo de recuperação motora, impedindo que o animal fique com sequelas. 

A utilização de antibióticos é reservada aos casos onde há evidência de alguma infecção bacteriana secundária, pois nenhum fármaco desta classe possui ação sobre a toxina. Além de promover resistência bacteriana, o uso indevido de determinados antimicrobianos pode aumentar a absorção da toxina segundo alguns estudos relatam.

A hospitalização do paciente é essencial para o sucesso no tratamento, principalmente devido ao risco de parada respiratória em consequência da paralisia do diafragma. Todo o tratamento suporte deve durar até que o animal esteja apto a realizar as funções básicas de forma normal. Os cuidados podem durar de uma a três semanas. 

Prevenção

Não permitir que o animal tenha acesso a lixos e restos alimentares; não permitir que o animal tenha acesso à rua sem acompanhamento de um responsável; não fornecer carne bovina crua ou ossos sem procedência; e não permitir a permanência de animais em pastos onde se tem carcaças bovinas (enterradas ou não).

Referências Bibliográficas

Jones, T.C.; Hunt, R.D. e King, N.W. Patologia Veterinária. 1997. 6 ed. São Paulo: Manole, 2648p.

Nelson, R.W., Couto, C,G. Medicina interna de pequenos animais. 2015. 5ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan. 1468p.

Tillley, P.L e Smith, Jr. K. W. F. Consulta Veterinária em 5 minutos. Espécie Canina e Felina. 2003. 2ed. São Paulo: Manole. 1560p.

Weeler, A. e Smith, H.S. Botulinum toxins: mechanisms of action, antinociception and clinical applications. Toxicology. v.306, p.124-143, 2013.

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