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Tudo sobre: Bradicardia sinusal

Introdução

A bradicardia sinusal ou ritmo sinusal lento é uma doença cardíaca definida como um ritmo anormalmente baixo do batimento cardíaco, classificado como tal quando abaixo de 60 batimentos por minuto (b.p.m.) nos cães e abaixo de 140 b.p.m. nos gatos. O coração de cães e gatos têm uma anatomia e função extremamente similar ao dos humanos. Trata-se de um órgão muscular com função de bombear sangue para o organismo, transportando assim nutrientes, oxigênio, calor, hormônios, células do sistema imune e resíduos metabólicos pelo corpo. Em termos simplificados, o coração é capaz de exercer essas funções devido à diferença de pressão em suas câmaras e por sua particularidade de além de possuir células capazes de realizar contração muscular de forma precisa, possui seu próprio sistema eletrofisiológico que coordena estes movimentos, constituído de células denominadas marcapasso. Normalmente, as células musculares dependem de um estímulo externo ou enviado pelo cérebro para desencadear ações específicas, no entanto, as células marcapasso cardíacas são capazes de gerar seus próprios estímulos elétricos e transmití-los para as demais células que compõe o coração.

O estímulo gerado por pelas células marcapasso é conduzido ao longo de todo o músculo cardíaco, da base do coração ao ápice, permitindo que a contração aconteça em um ritmo adequado. Os agrupamentos de células marcapasso em cada região do coração que participam desta condução recebem nomes específicos, sendo o ponto inicial destes estímulos o nodo sinoatrial, localizado no átrio direito do coração. O nodo sinoatrial é o marcapasso natural do coração e em condições normais é o responsável pelo impulso inicial do ciclo cardíaco, portanto, ritmos normais do coração de cães e gatos recebem a denominação “sinusal”.

A bradicardia sinusal é uma alteração rítmica, porém com origem do nodo sinusal. Existem outras arritmias de cães e gatos que são geradas por disparos feitos fora do nodo sinusal. É uma condição que pode ser caracterizada como fisiológica, patológica ou farmacológica. Há predisposição racial em cães braquicefálicos – isto é, de focinho curto, como as raça Pug, Boxer, Buldogue Inglês e Buldogue Francês e gatos braquicefálicos, como os Persas. O ritmo sinusal lento também é comum em cães atletas. É considerada uma condição isolada rara em gatos, portanto, é necessário pesquisar sua ocorrência em relação às doenças sistêmicas ou cardíacas de base.

A bradicardia sinusal fisiológica ocorre de maneira considerada normal para o organismo em determinadas situações ou para algumas raças de animais, sem necessariamente significar doença. Algumas situações incluem quando os pets estão descansando ou dormindo – momento em que é comum que seus batimentos fiquem em torno de 50 a 60 b.p.m. Outras condições que estimulam o sistema nervoso parassimpático também podem causar a bradicardia sinusal devido à relação deste mecanismo nervoso com a diminuição da frequência cardíaca: doenças gastrintestinais, obstrução uretral, doenças respiratórias crônica, lesões intracranianas, hipotermia e hipóxia. Ou seja, embora seja esperada a diminuição da frequência cardíaca de maneira fisiológica nestas condições, é importante investigar e tratar estas causas base. Outras situações específicas que podem estimular o nervo vago e em consequência diminuir a frequência cardíaca por reflexo, são a tosse, micção, vômito, defecação e estímulos emocionais intensos, sendo que a ativação deste reflexo vagal ocorre mais frequentemente em cães mais idosos com doenças cardíacas crônicas.

A bradicardia sinusal patológica é causada por doenças que afetem o nodo sinoatrial e o músculo cardíaco na região do átrio. Qualquer doença cardiológica que altere a estrutura do coração, como por exemplo a cardiomiopatia dilatada, pode ter relação com a diminuição da frequência cardíaca, ou provocar sinais clínicos como a hipotermia que secundariamente levam à bradicardia devido ao comprometimento do fluxo sanguíneo ao corpo.

Por fim, a bradicardia sinusal farmacológica tem relação com medicamentos que possam ter efeito no coração especialmente em situações de overdose, incluindo: digoxinas, beta bloqueadores, bloqueadores de canal de cálcio, beta agonistas e sedação utilizando opióides.

Transmissão

-Não se aplica

Manifestações clínicas

Assintomática

Sintomática

- Bradicardia

- Hipóxia

- Cianose

- Síncope

- Letargia

- Hipotermia

- Intolerância ao exercício

Diagnóstico

- Auscultação cardíaca

- Eletrocardiograma

- Ecodopplercardiograma

Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do Médico Veterinário.

Tratamento

O tratamento da bradicardia sinusal varia de acordo com a sua causa. Situações fisiológicas podem não requerer nenhum tipo de intervenção, no entanto se a bradicardia está relacionada a alguma doença de base, esta deve ser diagnosticada e tratada. Em situações de bradicardia sinusal por uso de medicamentos, estes devem ter seu uso suspendido ou recomendado com cautela.

Doenças cardíacas levando à bradicardia sinusal devem ser acompanhadas por um médico veterinário e utilizadas medicações que promovem melhora da contração cardíaca ou controlem sintomas secundários à condição que o pet apresente. O uso de antiarrítmicos varia de acordo com a causa da bradicardia. 

Em emergências e intoxicações, podem ser utilizadas medicações antagonistas do sistema nervoso parassimpático ou estimulantes do sistema nervoso simpático para elevar a frequência cardíaca. Se a bradicardia sinusal for de origem patológica e não responder às medicações, pode ser considerado o implante de marca-passo nos pets, porém é um procedimento de alta complexidade e custo.

Prevenção

As afecções cardíacas no geral têm um caráter hereditário, fisiológico, secundário a doenças ou degenerativo. Não há ainda maneiras eficazes de prevenir completamente sua ocorrência, porém é importante realizar exames de check-up em seu pet anualmente para que qualquer alteração no sistema cardíaco possa ser detectada e tratada de maneira precoce.

Referências Bibliográficas

Ettinger, S.; Feldman, E.C.; Cote, E. Cardiac Arrythmias. In: Textbook of Veterinary Internal Medicine-eBook, v.2, p. 2902-2905. Elsevier health sciences, 2017. 

Santili, R. et al. Bradyarrhythmias. In: Electrocardiography of the dog and cat. Diagnosis of arrhythmias, 2a ed., p. 252-258. Edra, 2019.

Nelson, R.; Couto, C. G. Arritmias cardíacas e terapia antiarrítmica. In: Medicina interna de pequenos animais, p. 292-295. Elsevier Brasil, 2015.

Yamaki, F.L., Larsson, M.H. Arritmias cardíacas. In: Jericó, M. M.; Kogika, M. M.; Neto, J. P. A. Tratado de medicina interna de cães e gatos, 1a ed , v.2, p. 3449-3458, Roca, 2015. 

Recomendamos levar o seu pet a um médico veterinário para um diagnóstico preciso
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