Tudo sobre: Bronquite
Introdução
Assim como em humanos, a bronquite em cachorro e gatos se caracteriza por uma inflamação nos brônquios, estruturas cartilaginosas responsáveis pela condução do ar da traqueia aos pulmões. A bronquite em animais pode ser aguda, mas também existe a bronquite crônica e sua origem pode ter diferentes motivos, desde infecções por micro-organismos respiratórios (bactérias, vírus e fungos), infestações por parasitas, processos alérgicos contra irritantes (como fumaça, poeira, ácaros e pólen) e toxinas.
A inflamação dos brônquios acontece pela hiper-reatividade das vias respiratórias inferiores. Quando micro-organismos ou substâncias alérgicas entram no corpo, eles podem causar uma produção excessiva de muco, o estreitamento dos brônquios (bronco constrição) e o crescimento das células musculares ao redor deles (hipertrofria). Tudo isso dificulta a passagem do ar e a troca de gases nos pulmões.A bronquite pode acometer cães e gatos de qualquer idade, embora haja relatos de maior predisposição da bronquite crônica em animais de meia-idade e idosos. Não há aparente predileção sexual e animais de diferentes raças podem ser acometidos.
A sazonalidade costuma ser um fator importante no aumento dos diagnósticos de bronquite em animais de companhia, bem como em humanos. Em geral, o clima frio e seco é mais favorável para doenças respiratórias. As manifestações clínicas podem ser diferentes e alguns animais podem ser assintomáticos.
O prognóstico dos quadros de bronquite é variável, mas dependendo do grau, quando não tratada, a bronquite em cachorro pode até levar a óbito. Quando o tratamento é instituído logo no começo dos sinais clínicos, estes podem ser controlados e a qualidade de vida do cão ou gato é restaurada. No entanto, existem pacientes que necessitam de atendimento médico emergencial devido à presença de angústia respiratória grave que pode rapidamente evoluir para uma descompensação orgânica com parada cardiorespiratória e possível óbito.
Transmissão
A bronquite de cachorros e gatos não é uma doença transmissível
Manifestações clínicas
Sinais inespecíficos (isolados ou em conjunto):
- Tosse
- Falta de ar
- Dificuldade para respirar
- Língua e mucosas azuladas ou arroxeadas
- Secreção nasal
- Febre
- Intolerância ao exercício
Diagnóstico
O diagnóstico da bronquite em animais depende da associação de sinais clínicos, epidemiologia e exames laboratoriais. Exames que o médico-veterinário pode solicitar:
- Radiografia Torácica
- Biópsia
- Broncoscopia
- Lavado broncoalveolar por broncoscopia
- Teste Alérgico -- Painel De Alérgenos
- Cultura Com Antibiograma Combinado (Anaeróbios + Aeróbios)
- Cell Block - Citopatologia
- Hemograma Completo
- Exame coproparasitológico
A realizaçã o desses exames, assim como a necessidade de outros, fica a critério do médico-veterinário, sempre pensando no melhor para o pet.
Tratamento
O protocolo para tratamento da bronquite em gatos e cães varia de acordo com a causa da inflamação e a gravidade dos sinais respiratórios. Pacientes emergenciais devem ser primeiramente estabilizados com auxílio da oxigenoterapia. Geralmente recomenda-se o uso de corticóides, broncodilatadores, nebulizações (inalação), antihelmínticos, antitussígenos e antibióticos.
O sucesso do tratamento também está vinculado ao comprometimento do tutor em obedecer às recomendações do médico-veterinário e estar disposto aos ajustes de manejo para evitar que problemas secundários se desenvolvam.
Prevenção
A prevenção de alterações e doenças respiratórias em animais envolve cuidados para evitar a exposição excessiva dos pets a potenciais alérgenos (fumaça de qualquer origem, fuligem, perfume, granulados sanitários, poeira, ácaros, resíduos de construção, produtos de limpeza e poluição). Estes alérgenos podem ser fatores estimulantes no desencadeamento de uma crise de bronquite.
Além disso, para cães e gatos há vacinas que os protegem de alguns micro-organismos respiratórios. Então, é importante que o tutor mantenha a carteira de vacinação em dia, bem como as consultas e vermifugações que também protegem o animal de infestações parasitárias.
Cuidados com o bem-estar e a manutenção da saúde do animal são importantes para um eficiente funcionamento do sistema imunológico. O tutor deve prezar pelo fornecimento de uma alimentação equilibrada, balanceada e de boa qualidade para que não haja excessos ou faltas para o animal.
O acompanhamento periódico com o médico-veterinário garante que seu animal esteja amparado e facilita o diagnóstico precoce caso haja alguma enfermidade. Ao observar qualquer mudança de comportamento ou aparecimento de sinais clínicos, procure atendimento médico o mais rápido possível.
Referências Bibliográficas
COELHO, M. R. et al. Atualizações sobre tosse em cães. REVISTA CIENTÍFICA DE MEDICINA VETERINÁRIA. Ano XII-Número 22 – Janeiro de 2014 – Periódico Semestral
DECIAN, A. Asma e bronquite crônica em gatos domésticos. Monografia (Especialização) em Clínica Médica de Felinos Domésticos da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2019.
KRÜGER, R. M. Tosse em cães: fisiopatologia, doenças associadas e métodos diagnósticos. Monografia (Especialização) em Clínica Médica de Pequenos Animais do Programa de Residência Médico Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2010.