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Tudo sobre: Brucelose

Introdução

A brucelose é uma doença causada por bactérias do gênero Brucella e pode acometer diversas espécies como bovinos, cabras, ovelhas, cães, suínos, equinos e humanos. Nos cães, o agente é a Brucella canis e a doença tem caráter crônico, ou seja, pode ter um curso clínico longo.

Trata-se de uma zoonose importante que pode ser transmitida para as pessoas pelo contato direto ou indireto com animais infectados. Outra forma de transmissão é por via respiratória, com a inalação de bactérias em ambientes contaminados. Esta bactéria possui uma alta capacidade de penetrar em mucosas, como gengivas, conjuntiva e mucosa nasal. 

A brucelose, vista como um todo, é considerada uma das zoonoses mais comuns no mundo, principalmente na América Latina, mas sua prevalência é alta principalmente pela transmissão pelos bovinos, através do leite contaminado. As principais fontes do microrganismo no ambiente são restos placentários e fetais deixados após um aborto, mas também pode estar presente na urina, sêmen e secreções genitais. Dados sobre a transmissão dos cães para o homem e a frequência da doença nos caninos ainda são incertos. 

Os cães podem se infectar pelo contato com indivíduos da mesma espécie ou também pela ingestão de carcaça e leite contaminados, principalmente de origem bovina, sendo o agente neste caso a Brucella abortus. A bactéria se reproduz no trato genital dos cães, levando a lesões nesta região. Os animais infectados podem não apresentar a doença, mesmo eliminando o agente na urina e secreções vaginais ou prepuciais. 

A brucelose é uma causa importante de perda reprodutiva na pecuária e também causa abortos em cadelas quando a bactéria está presente na placenta. Pode ocorrer também nascimento de fetos mortos, fetos fracos infectados ou fetos aparentemente normais que apresentam a doença posteriormente. O curso da doença limita-se principalmente ao trato reprodutivo dos cães e cadelas. Muitos animais permanecem assintomáticos ao longo da vida e em casos incomuns podem ocorrer infecções sistêmicas que acometem os olhos (uveíte), os ossos (osteomielite) e a coluna vertebral (discoespondilite). 

Antigamente, os cães portadores da brucelose deveriam ser submetidos à eutanásia devido a falta de tratamento eficaz e risco para a saúde pública. Algumas agências de saúde internacionais ainda preconizam tal procedimento, principalmente pelo alto índice de fracasso nos tratamentos e risco de resistência bacteriana. Porém, diversos tratamentos estão sendo pesquisados e há constante evolução na eficácia das terapias atuais, embora ainda seja um grande desafio.

Transmissão

- Congênita

- Aerossóis

- Alimentos contaminados

- Contato direto

- Fômites

- Leite materno

- Parto

- Penetração ativa

- Sexual

- Urina

Manifestações clínicas

- Assintomática

- Morte embrionária/ fetal

- Abortos

- Nascimento de fetos fracos

- Retenção placentária

- Corrimento vaginal

- Dermatite e edema escrotal 

- Corrimento prepucial 

- Prostatite (que cursa com tenesmo, disquezia, hematoquezia, disúria, dor abdominal)

- Infertilidade

- Orquite (aumento de volume testicular, dor, vermelhidão escrotal) 

- Linfedema

Diagnóstico

- Hemograma completo

- Cultura microbiana

- Gram (microscopia direta)

- Sorologia para Brucella canis

- Hemocultura

- Análise espermática

- Ultrassonografia abdominal (avaliação fetal em gestantes)

Observação: A realização e a definição da necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).

Tratamento

Antes de qualquer manejo clínico, a castração é preconizada tanto para machos quanto para fêmeas. O tratamento com antibióticos é longo e possui resultados variáveis, sendo considerado difícil. Mesmo com o tratamento, os animais devem ser considerados como prováveis portadores da bactéria pelo resto da vida. Sorologias para titulação de anticorpos, ou seja, verificação do estado imune do animal, devem ser realizadas de forma recorrente e um novo tratamento reiniciado se a doença voltar. Muitas vezes, embora a bactéria possa permanecer nos órgãos reprodutivos, ela não consegue alcançar a circulação sistêmica e causar sinais, por isso a esterilização cirúrgica dos cães portadores se faz necessária. 

Os relatos de sucesso no tratamento envolvem o uso principalmente dos antibióticos específicos. O tempo de uso, dose, frequência diária e necessidade de associação vão variar de acordo com a gravidade dos sintomas, eficiência na primeira semana de tratamento e aceitação do(a) paciente. Os efeitos colaterais e insucesso no tratamento devem ser avaliados criteriosamente por um profissional capacitado.

Prevenção

É necessário impedir o acasalamento indiscriminado e sem critério, não permitir que os animais tenham acesso e permaneçam nas ruas sem os responsáveis, controlar o acesso dos cães aos locais comuns com outras espécies como bovinos e caprinos, não fornecer leite e carne de origem duvidosas e não permitir que os cães tenham acesso a locais onde pode haver tecidos bovinos provenientes de parto e aborto. É importante que pasto seja mantido limpo de materiais orgânicos, como placentas e carcaças. 

A prevenção da infecção é particularmente importante nos canis comerciais, pois uma vez que a infecção é introduzida numa população confinada, sua disseminação ocorre rapidamente. Todo animal que adentrar ao canil deve passar por quarentena, descartando-se a presença da infecção. Animais com brucelose devem ser retirados imediatamente da reprodução, mesmo que passem por tratamento. 

Considerando os animais de companhia, é preciso isolar os cães portadores e manter uma higiene criteriosa das regiões genitais, embora isso não impeça a possibilidade de o animal permanecer como fonte de infecção para outros cães e até mesmo para pessoas de seu convívio.

Referências Bibliográficas

Hollett, R.B. Canine Brucellosis: outbreaks and compliance. Theriogenology. n.66, n.4, p.575-587, 2006.

Nelson, R.W., Couto, C,G. Medicina interna de pequenos animais. 2015. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1468p.

Silva, D.A.V. Da et al. Surto de brucelose em canil comercial - relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP. v.16, n.3, p.344-51, 2018.

Sousa, M.G. et al. Brucelose canina – Aspectos clínicos em um cão. Revista Brasileira de Reprodução Animal. v.27, n.3, p.557-8, 2003.

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