Tudo sobre: Carcinoma de Células Escamosas (CCE)
Introdução
Também chamado de carcinoma espinocelular, carcinoma escamocelular ou carcinoma epidermóide, o carcinoma de células escamosas é a neoplasia do epitélio cutâneo (camada de células da pele). Comum nos felinos, caninos e outros mamíferos domésticos, acometendo os animais mais idosos, sem predisposição sexual. É o tipo de tumor de pele mais comum nos gatos. É uma neoplasia frequentemente diagnosticada em países de clima tropical, como o Brasil, devido à exposição crônica dos animais à radiação ultravioleta.
Trata-se de uma neoplasia maligna, de crescimento lento e de baixa capacidade metastática, apesar de poder se infiltrar localmente. Se ocorrer a metástase, a primeira via se faz para os linfonodos regionais, seguindo para os pulmões e ossos.
Em cães, as raças que mais costumam desenvolver esse tipo de tumor são: Dálmata, Collie, Basset Hound, Schnauzer, Terrier, Bull Terrier, Beagle e Pit Bull. Em gatos, acomete principalmente os de pelagem branca com olhos azuis.
Acomete principalmente regiões sem pelo, despigmentadas ou levemente pigmentadas, ou seja, regiões de pelo branco ou mais claro. Nos felinos, as regiões mais afetadas são os pavilhões auriculares (orelha), o plano nasal e as pálpebras. Em caninos, as regiões expostas à luz solar quando em decúbito dorsal (barriga pra cima) são as mais acometidas (barriga e virilha). Em cães de pelagem escura e grande porte, pode ocorrer o CCE embaixo das unhas (carcinoma subungueal). Além disso, essa neoplasia pode acometer a cavidade oral, sendo o tumor de língua mais comum em cães e gatos.
Acredita-se que a exposição à luz solar seja um fator desencadeador dessa neoplasia, devido a ação carcinogênica da radiação ultravioleta, principalmente em animais de pelagem branca e imunossuprimidos. Outros fatores como o Papilomavirus, o Vírus da Leucemia Felina (FeLV) e o Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) podem predispor a ocorrência de CCE.
O CCE apresenta duas formas clínicas, uma manifesta-se por lesões proliferativas e outra por lesões erosivas. As lesões podem ser únicas ou múltiplas, alopecia (perda de pelo), eritema (vermelhidão da pele), ulceração, e formação de crostas podem estar presentes.
O exame histopatológico fornece o diagnóstico definitivo dessa doença oncológica. Existem diversas modalidades terapêuticas, variando de terapia cirúrgica à quimioterapia e suas variedades, que podem proporcionar a cura de alguns tumores ou então prolongar a sobrevida dos pacientes. Assim, cabe ao Médico(a) Veterinário(a) responsável escolher o melhor tratamento de acordo com o local da lesão, o quadro clínico, as opções disponíveis no mercado e a opinião do tutor.
O prognóstico é ruim para tumores invasivos e indiferenciados. Tumores minimamente invasivos com menos de dois centímetros de diâmetro recebem melhor prognóstico.
Transmissão
-Não se aplica
Manifestações clínicas
-Lesões em forma de escamas, papilas ou massas fungiformes
-Alopecia
-Eritema
-Ulceração
-Placa
-Crostas
Diagnóstico
Associação da anamnese, histórico e sinais clínicos.
-Citologia (Punção aspirativa por agulha fina- PAAF)
-Histopatologia
-Imunohistoquímica
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do Médico Veterinário.
Tratamento
Existem várias opções de tratamento dependendo do quadro:
-Cirurgia
-Radioterapia
-Criocirurgia
-Terapia fotodinâmica
-Quimioterapia tópica
-Eletroquimioterapia
-Imunoterapia ativa
Prevenção
A prevenção é baseada na restrição da exposição solar dos animais susceptíveis nas horas mais quentes do dia. Além disso, é preciso estar disponível área de abrigo coberto e utilização de protetor solar nas áreas mais desprotegidas, como focinho, orelhas e vulva.
Referências Bibliográficas
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