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Tudo sobre: Colestase intra e extra-hepática

Introdução

A vesícula biliar é responsável pelo armazenamento da bile, um fluido produzido pelo fígado que atua na emulsificação de gorduras no intestino dos animais. A bile possui metabólitos, sais e substâncias que atuam no processo de digestão e é carreada através das vias biliares, compostas por diversos ductos intra e extra-hepáticos, para o duodeno. A colestase é uma condição na qual a bile não consegue fluir de forma adequada através desses ductos e, quando esse fluxo é interrompido ou prejudicado devido a problemas no próprio fígado, chama-se colestase intra-hepática. Quando o problema ocorre na vesícula ou vias fora do fígado, a colestase recebe a classificação de extra-hepática. Ou seja, as colestases são condições normalmente secundárias a uma doença inicial, que gerou alteração no fluxo da bile. Esse fluxo pode ser bloqueado de forma total (quadros mais graves) ou parcial.

A colestase extra-hepática é comumente causada por obstrução das vias biliares e, como ocorre o bloqueio da passagem da bile, ela se acumula na vesícula e ocorre refluxo pelos ductos intra hepáticos, gerando problemas no fígado e, consequentemente, afetando o organismo como um todo. Isso pode ocorrer por obstrução do ducto biliar, problemas na vesícula ou na própria bile, que pode se tornar excessivamente espessa e não fluir de forma adequada. Dentre as causas mais comuns estão a lama biliar, mucocele biliar e colelitíases.

As doenças do fígado podem acabar causando colestase, do tipo intra-hepática. Isso acontece porque diversos ductos biliares estão distribuídos pelo parênquima hepático e, quando ocorrem alterações no órgão, o fluxo biliar acaba sendo afetado. Tumores, insuficiência hepática aguda, insuficiência hepática crônica, hepatites e traumas hepáticos são causas mais comuns desta condição.

Tanto cães quanto gatos são afetados pelas colestases e a maior prevalência da doença ocorre em animais adultos e mais velhos. A colestase pode evoluir para ruptura dos órgãos envolvidos, principalmente a vesícula biliar, levando a um quadro grave de inflamação na cavidade abdominal, denominada peritonite biliar

Transmissão

-Não se aplica

Manifestações clínicas

- Icterícia

- Anorexia

- Dor abdominal

- Inapetência

- Apatia

- Depressão

- Êmese

- Ascite

- Emagrecimento

- Desidratação

- Diarreia 

- Pirexia

- Hipotensão

- Fezes acólicas ou pálidas (sem cor, brancas - pela ausência de bilirrubina nas fezes)

Diagnóstico

- Exame clínico associado ao histórico do paciente e sinais apresentados, com exames complementares solicitados de acordo com a suspeita da causa primária da alteração no fluxo biliar e consequente colestase.

- Hemograma completo

- Fosfatase alcalina (FA)

- ALT-TGP

- AST-TGO

- Bilirrubinas (direta, indireta e total)

- Proteínas totais e frações

- Gama GT

- Ultrassonografia abdominal

- Radiografia abdominal

- Pesquisa de bilirrubina nas fezes

- Tomografia computadorizada

Observação: A realização e a definição da necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a). 

Tratamento

A remoção da causa inicial, que gerou a colestase, é fundamental para reestabelecer o fluxo biliar e esse tratamento pode variar de acordo com o motivo desencadeador. Em casos graves pode ser recomendada a cirurgia para remoção da vesícula biliar, principalmente quando trata-se das colestases extra-hepáticas. A obstrução das vias biliares ou alteração na própria vesícula pode levar a um quadro agudo que necessita de intervenção cirúrgica rápida para evitar evolução negativa do caso. Algumas doenças podem ser tratadas de forma clínica desde que a interrupção no fluxo não seja completa, com terapias baseadas na causa inicial e que diminuam os problemas gerados pelo acúmulo de sais biliares no organismo. 

Protetores hepáticos, medicamentos para dissolução de cálculos biliares e da bile espessa, analgésicos, antiinflamatórios, antitérmicos e antibióticos específicos são os principais fármacos usados nas terapias clínicas, normalmente em associação. 

A colestase intra-hepática é majoritariamente tratada de forma clínica, com utilização das medicações citadas acima junto à terapia para a causa primária. Em casos de tumores operáveis e danos focais, pode ser necessária cirurgia para ressecção de parte do fígado e resolução do problema. Por estarem relacionadas a problema no próprio fígado, um órgão mais complexo, essas colestases podem estar associadas a hepatopatias e por isso o tratamento clínico pode ser mais complexo. 

Alguns casos podem necessitar também de hospitalização dos pacientes, seja para monitoração do quadro enquanto ocorre o tratamento clínico, seja para pós-operatórios ou para os pacientes gravemente acometidos pelas consequências da colestase. 

Suporte nutricional via sonda, reidratação e reposição de eletrólitos via endovenosa, cuidados avançados de enfermagem e utilização de terapia intensiva podem ser necessários. Por isso, se o paciente apresenta alguma doença desencadeadora de colestase, ele deve ser criteriosamente monitorado para evitar que o quadro avance a esse ponto. 

O diagnóstico precoce é fundamental para determinar o sucesso do tratamento, assim como o nível de complexidade da terapia. Quando notada de forma rápida, a colestase pode ser revertida sem que cause problemas mais graves aos pacientes

Prevenção

A melhor maneira de prevenir a colestase é o diagnóstico precoce das doenças primárias que levam a essa condição. Assim é possível remover qualquer alteração que leve a um fluxo inadequado da bile antes que ele ocorra e leve a problemas mais graves.

Pacientes idosos ou que tenham predisposição a desenvolver problemas de fígado e vesícula precisam ser especialmente acompanhados. Aqueles que já apresentaram o problema e foram tratados de forma satisfatória também necessitam ser mais frequentemente avaliados por profissionais capacitados, realizando exames complementares de forma mais rotineira. Quando as recidivas de tornam muito comuns, principalmente na colestase extra-hepática, a remoção cirúrgica da vesícula pode ser uma forma de prevenir problemas mais sérios. 

Referências Bibliográficas

CENTER, S. A. Disease of the gallblader and biliary tree. Veterinary Clinics of North American: Small Animal Practice. v.39, n.3, p.543–598, 2009. 

FELDMAN, E.C. Tratado de Medicina Interna Veterinária - Doenças do cão e do gato. 2008. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. cap.145, p.1413-1416.

MEHLER, S. J. e BENNETT, R. A. Canine extrahepatic biliary tract disease and surgery. Compendium Continuing Education for Veterinarians. v.20, n.4, p.302-314, 2006.

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