Tudo sobre: Dor no Pescoço e Dorso
Introdução
A dor é compreendida como uma experiência sensorial e emocional desagradável, como resultado da percepção de uma lesão ou ameaça à integridade do indivíduo. Como consequência, ocorrem mudanças comportamentais e fisiológicas que visam a recuperação da lesão ou a redução de danos posteriores. Basicamente, algum estímulo nocivo de qualquer espécie - seja químico, físico, térmico, entre outros - é transformado em sinal elétrico por terminações nervosas, que será transmitido à medula por meio de neurônios específicos. Pode ser classificada em dor patológica ou fisiológica, aguda ou crônica, visceral ou somática.
A avaliação da dor é subjetiva e complicada em animais, uma vez que eles não se manifestam verbalmente sobre a causa, origem e intensidade da mesma. Além disso, o comportamento do animal está diretamente relacionado ao seu bem-estar e é um dos principais indicativos de dor ou desconforto. Quando levado ao médico veterinário, o comportamento dos animais é totalmente influenciado pela mudança de ambiente e o estresse, comprometendo a avaliação do profissional e fazendo com que o tutor se torne um importante aliado ao relatar as mudanças comportamentais que seu animal tem manifestado em casa.
Quando há processo doloroso na região cervical e lombar dos animais, esses manifestam um grande desconforto uma vez que qualquer movimentação para se alimentar, beber água ou caminhar gera um estímulo direto e agudo na região afetada. Diversas são as causas envolvidas no estímulo doloroso destas regiões, entre elas: hérnia de disco; infecções ósseas; traumas; fraturas; tumores vertebrais; meningite; má formação congênita; poliartrite, entre outras. A sensação dolorosa e sua causa primária não tem relação com a raça, idade ou sexo dos animais.
Transmissão
-Não se aplica
Manifestações clínicas
-Pirexia
-Dor
-Anorexia
-Hiporexia
-Vocalização
-Gemidos
-Inapetência
-Perda de peso
-Apatia
-Deambulação
-Fraqueza
-Incoordenação
Diagnóstico
Associação de anamnese, sinais clínicos, exames físico e laboratorial
-Hemograma completo
-Radiografia
-Ultrassonografia
-Urinálise
-Mielografia
-Análise do líquido espinhal
-Tomografia computadorizada
-Ressonância magnética
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
Tratamento
O tratamento indicado para a dor nas regiões cervical e lombar depende da avaliação do médico veterinário em relação à causa primária da manifestação dolorosa. Em casos sérios como a hérnia de disco, por exemplo, há indicação de intervenção cirúrgica. Já em quadros menos graves podem ser definidos diversos protocolos de tratamento, tanto com o uso de fármacos, quanto pela restrição a realização de atividades e indicação de tratamentos complementares como fisioterapia e acupuntura.
Manter o animal em repouso e em espaço reduzido e restrito são fatores de contribuem para a recuperação, associados ao tratamento recomendado pelo médico veterinário.
Prevenção
Uma vez que a causa da dor nas regiões cervical e lombar não seja de origem patológica, algumas medidas profiláticas podem ser tomadas, principalmente em relação aos animais senis. Alguns exemplos são: evitar que os animais tenham acesso a escadas, limitando seu esforço ao subir e descer; a área de maior permanência dos animais deve preferencialmente ter piso antiderrapante ou com certa resistência; para raças pequenas ou animais senis é recomendado que se mantenha uma escada própria para animais próximas à cama ou sofá, evitando o estímulo constante da coluna no momento de subir e descer; manter os vasilhames de comida e água à altura dos ombros, minimizando o esforço para alimentação e ingestão de água.
Além das diversas medidas profiláticas que podem ser adotadas, é imprescindível que se realize consultas rotineiras ao veterinário, de maneira a diagnosticar precocemente possíveis afecções.
Referências Bibliográficas
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