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Tudo sobre: Envenenamento por Rodenticidas

Introdução

Os rodenticidas são venenos utilizados para o controle de infestações por roedores em geral, levando-os ao óbito. Os mais comuns são os raticidas, com foco no extermínio de ratos em ambientes domésticos. Porém, assim como o veneno causa sérios danos e morte dos ratos, o mesmo ocorre com qualquer indivíduo que venha a ingerir o produto, seja uma pessoa, cão ou gato, pois são substâncias extremamente tóxicas. 

O envenenamento de animais pode ocorrer de forma acidental, pelo uso indiscriminado nos ambientes domésticos, ou até mesmo criminosa, pois infelizmente algumas pessoas utilizam esses produtos para eliminar cães e gatos onde são indesejados (lembrando que isto configura um crime ambiental de maus-tratos, passível de punição). 

Comumente, para atrair os roedores, o veneno é deixado junto com alimento e isso acaba despertando a atenção dos animais domésticos. A ingestão de ratos mortos pelo veneno também é causa frequente de intoxicação em cães e gatos.

Alguns produtos são tão tóxicos que possuem a comercialização proibida, como é o caso do chumbinho, um tipo de veneno chamado de carbamato, porém ele ainda é amplamente disponível para aquisição e utilizado de forma ilegal. Os cumarínicos, substâncias que são anticoagulantes (ou seja, impedem o sangue de coagular e lavam a hemorragias), são legalmente vendidos e muito utilizados, sendo outra causa comum de envenenamento em cães e gatos. O chumbinho possui uma ação quase imediata e mata rapidamente, enquanto os venenos anticoagulantes podem levar algumas horas e até dias para levarem ao quadro de intoxicação e morte. Os carbamatos atuam inibindo a função de um neurotransmissor fundamental para o funcionamento do organismo, a acetilcolina, que é a responsável pela transmissão dos impulsos nervosos e controle das funções básicas do corpo. Os cumarínicos, mais comumente a varfarina, agem na cascata de coagulação após absorção intestinal e impedem a coagulação sanguínea dependente da vitamina K, levando a hemorragias graves e fatais.

Transmissão

- Não se aplica

Manifestações clínicas

- Sialorreia

- Ataxia

- Convulsão

- Apatia

- Agressividade

- Nistagmo

- Mioclonia

- Epistaxe

- Dispneia

- Êmese

- Excitação

- Fraqueza

- Bradicardia

- Sangramentos espontâneos diversos

- Hipotensão

- Letargia

- Paralisia

- Paresia

- Pirexia

- Hipotermia

- Taquipneia

- Mucosas hipocoradas (claras, brancas)

- Aumento de volume abdominal 

- Diarreia

- Hematoquezia

- Coma

Diagnóstico

- Exame clínico associado ao histórico do paciente

- Ultrassonografia abdominal

- Análise de conteúdo gástrico (pelo vômito ou coletado por sonda)

- Hemograma completo

- Fosfatase alcalina (FA)

- Coagulograma

- ALT-TGP

- Creatinofosfoquinase (CPK)

- Necrópsia (Post mortem)

Observação: A realização e a definição da necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).

Tratamento

Trata-se de uma condição emergencial e a terapia deve ser instituída rapidamente. Tanto para os carbamatos quanto para os cumarínicos, existem antídotos específicos para serem usados, a atropina e a vitamina K, respectivamente. Estes medicamentos vão neutralizar a ação dos venenos, mas não irão reverter as alterações já causadas, por isso os demais tratamentos devem ser feitos de acordo com as lesões já apresentadas também.

Se o atendimento for realizado imediatamente após a ingestão do veneno, recomenda-se a indução do vômito, para retirar o máximo possível do veneno do trato digestório do animal. Este procedimento pode ser realizado com medicações específicas ou fornecimento de água oxigenada devidamente diluída por via oral. Em até uma hora após ingestão também recomenda-se lavagem gástrica, mas após este tempo o procedimento não gera nenhum benefício. Anti-tóxicos podem ser utilizados em conjunto com o carvão ativado, que absorve o veneno durante sua passagem no trato gastrintestinal e ajuda na eliminação fecal, impedindo sua absorção. Mesmo com os sinais clínicos controlados e o animal com bom estado geral, medicações hepatoprotetoras são recomendadas para proteger o fígado, responsável pela desintoxicação do organismo. 

O tratamento suporte vai ser de acordo com as alterações já instauradas: reposição hidroeletrolítica com fluidoterapia intravenosa, anticonvulsivantes, fármacos para elevar frequência cardíaca e pressão arterial, oxigenadores cerebrais, oxigenoterapia, diuréticos, anti-hemorrágicos, suporte nutricional, antieméticos, protetores gástricos e analgésicos. 

A chance de recuperação do paciente é diretamente proporcional à rapidez no diagnóstico e instituição do tratamento emergencial. Na maioria dos casos os pacientes devem permanecer hospitalizados até recuperação completa.

Prevenção

A utilização de venenos como estes em locais de convívio com cães e gatos deve ser totalmente evitada, mas se realmente há necessidade de utilizar algum rodenticida no ambiente em que o animal fica, é necessária extrema cautela na colocação das armadilhas, que devem ficar isoladas e totalmente fora do alcance dos cães e gatos. Na realidade, a recomendação é que, em caso de infestação por ratos, a pessoa busque alternativas mais seguras com profissionais especializados para realizar dedetização do local, por exemplo.

A utilização do veneno, mesmo que fora do ambiente em que os animais vivem, pode ser útil para eliminar os ratos, mas eles podem aparecer em locais diferentes daqueles em que estava o veneno e serem ingeridos, mortos ou ainda vivos e debilitados por cães e gatos, que serão intoxicados indiretamente. 

A prevenção também passa pelo controle e higiene ambiental preconizado para evitar a infestação por ratos, assim não há necessidade de se utilizar rodenticidas e nem o risco de animais domésticos caçarem e ingerirem os roedores. Não deixar alimentos ou restos disponíveis, não deixar lixeiras destampadas e nem acumular muito lixo, evitar o acesso de ratos ao ambiente doméstico, manter a higiene e capina de lotes e quintais, entre outros. 

Impedir o acesso dos animais à rua sem responsáveis também é fundamental, pois é nestes momentos que os cães e gatos podem ingerir alimentos envenenados deixados propositalmente por outras pessoas. Também podem ingerir acidentalmente venenos em lixos e caçar roedores que morreram ou ingeriram venenos. 

Também é importante não permitir que o animal coma algo que estiver pelo caminho durante passeios e manter fechado o local onde ele permanece para que indivíduos não possam, de forma maldosa, jogar produtos tóxicos neste ambiente.

Referências Bibliográficas

Gfeller, R.W., Messonnier, S.P. Toxicologia e Envenenamento em Pequenos Animais. 2006. 2ª ed. Editora Roca, São Paulo, 946p. 

Nelson, R.W., Couto, C,G. Medicina interna de pequenos animais. 2015. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1468p.

Rabelo, R.C. Emergências de pequenos animais: condutas clínicas e cirúrgicas no paciente grave. 2013. Rio de Janeiro: Elsevier. 1160p.

Tillley, P.L e Smith, Jr. K. W. F. Consulta Veterinária em 5 minutos. Espécie Canina e Felina. 2003. 2ed. São Paulo: Manole. 1560p.

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