Tudo sobre: Estenose Lombossacra ou Síndrome da Cauda Equina
Introdução
A cauda equina é um conjunto de de raízes nervosas presentes na porção final do segmento lombar da coluna vertebral e início das vértebras coccígeas (vértebras da cauda). A síndrome da cauda equina é caracterizada por um complexo de sinais neurológicos resultantes da compressão dessas raízes nervosas devido à estenose (estreitamento) do canal vertebral de diversas origens. Existem vários termos utilizados para denominar essa síndrome, tais como estenose lombossacra, doença lombossacra, malformação da articulação lombossacra e instabilidade lombossacra.
A etiologia pode estar associada à protrusão aguda de disco intervertebral (hérnia de disco), estenose adquirida do canal vertebral, estenose congênita do canal vertebral, fraturas ou luxações vertebrais, discoespondilite e neoplasias vertebrais.
Em cães, os segmentos mais comumente afetados são L6-L7 e L7-S1, e a sintomatologia clínica inicia-se com mais frequência quando os animais atingem a meia-idade ou quando se tornam idosos, e vai depender do localização e da gravidade da lesão de origem. Os animais mais susceptíveis são cães de grande porte, tais como os da raça Pastor Alemão.
Mais de 50% dos cães acometidos são muito ativos, sendo utilizados em trabalho, participando de competições ou caça. Porém, cães de pequeno ou médio porte e gatos também podem ser afetados. Os machos são mais acometidos do que as fêmeas.
Transmissão
-Não se aplica
Manifestações clínicas
- Dor lombossacra
- Claudicação dos membros pélvicos
- Fraqueza dos membros pélvicos
- Paresia ou paralisia dos membros pélvicos
- Incontinência urinária
- Incontinência fecal
- Dificuldade de subir escadas
- Atrofia muscular
- Automutilação do períneo
- Cifose da coluna vertebral
- Unhas desgastadas dos membros pélvicos
Diagnóstico
Associação da anamnese detalhada aos exame físico, neurológico e complementares pelo(a) médico(a) veterinário(a). Exames que podem ser solicitados, com o objetivo de determinar o local exato da lesão:
- Radiografia simples da coluna vertebral
- Mielografia (para descartar compressões rostrais ao segmento lombossacral)
- Tomografia computadorizada da coluna vertebral
- Ressonância magnética
- Epidurografia
Observação: A realização e a definição da necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
Tratamento
O tipo de terapia utilizada vai depender da causa e da gravidade da lesão, podendo ser conservativa ou cirúrgica. A terapia conservativa utiliza medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais associados à restrição de exercícios. Glicocorticóides podem ser utilizados em casos crônicos de compressão da medula espinhal. Quando a discoespondilite for a causa da síndrome da cauda equina, devem ser utilizados antimicrobianos para a terapia. No casos cirúrgicos, podem ser realizadas técnicas com o objetivo de causar descompressão das raízes nervosas, bem como conferir estabilidade aos corpos vertebrais.
O prognóstico depende de fatores como a causa, tempo desde o início da manifestação dos sinais clínicos, grau de comprometimento neurológico e terapia utilizada.
Prevenção
Não há formas de prevenir a ocorrência da doença, porém, no caso de animais susceptíveis, é indicada a manutenção do peso ideal, evitando obesidade e consequente sobrecarga na região lombossacra.
Referências Bibliográficas
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