Tudo sobre: Fimose e Parafimose
Introdução
A fimose é uma condição em que o macho não consegue expor o pênis corretamente, ou seja, o prepúcio, que é a pele que recobre o órgão, tem uma abertura menor que o normal. Quando ocorre ereção ou até mesmo para urinar, a exposição do pênis é normal, até mesmo em casos de agitação excessiva. Se o órgão expande dentro do prepúcio mas não consegue expor, ocorre inflamação e dor. Pode ocorrer inclusive acúmulo de urina na cavidade prepucial - já que a saída da urina ocorre pela extremidade externa do pênis (orifício uretral externo) que normalmente fica exposta durante o processo e, nestes casos, permanece dentro do prepúcio.
A parafimose é quando o pênis fica exposto e não retorna ao prepúcio (cavidade prepucial). Normalmente está associada com uma ereção, onde há um aumento de volume peniano, mas pode estar relacionada a um orifício prepucial menor que o normal e, sempre que o pênis fica exposto (para urinar, por exemplo), o mesmo não consegue retornar completamente e ficar totalmente coberto pelo prepúcio. Se o pênis não conseguir retrair e ficar exposto por tempo prolongado, pode ocorrer danos severos ao órgão. Normalmente acomete cães jovens com hiperatividade sexual e ereções constantes e duradouras.
Alterações anatômicas do prepúcio, que resultam nestas afecções, estão relacionadas a anormalidades congênitas, ou seja, o animal já nasce com alteração na anatomia, ou pós-traumática, quando há cicatrização incorreta e redução no tamanho do orifício prepucial. Portanto, nos casos de alterações em neonatos, ou seja, de origem congênita, a transmissão ocorre pela passagem dos genes responsáveis pelo problema dos pais para os filhos.
Os cães são mais frequentemente acometidos pela parafimose, mas a fimose congênita também ocorre com certa frequência nos gatos.
Transmissão
Em neonatos com alteração:
- Hereditária
- Congênita
Manifestações clínicas
Na fimose, há dificuldade em expor o pênis, gerando:
- Abertura prepucial reduzida ou ausente
- Prepúcio inflamado e inchado
- Acúmulo de urina no prepúcio
Na parafimose, observa-se alterações no pênis exposto:
- Aumento de volume e edema peniano
- Dor
- Necrose peniana em casos mais graves
Diagnóstico
-Inspeção visual
Observação: A realização e a definição da necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
Tratamento
A fimose deve ser tratada cirurgicamente, com reconstrução do orifício prepucial, como se fosse uma plástica que permite maior abertura para a passagem adequada no pênis quando é necessária sua exposição.
Na parafimose, a causa determina o curso terapêutico. Se ocorreu após uma ereção e o pênis e o prepúcio não têm alterações importantes, é necessário recolocar o pênis na cavidade prepucial através de lubrificação e manobra manual. Nas ereções persistentes (priapismo), pode ser necessária sedação e utilização de medicamentos para encerrar o processo e promover a redução. Casos graves onde há necrose do tecido peniano, a penectomia (amputação do pênis) pode ser uma medida necessária (sendo imprescindível a realização de uretrostomia – cirurgia para exposição da uretra, para que o animal tenha uma saída de urina para o meio externo). Nos casos onde há alteração anatômica no prepúcio, as cirurgias plásticas também são necessárias para que o pênis consiga se manter recoberto por ele: alargamento prepucial, reconstrução do orifício externo, entre outros.
Prevenção
Impedir o acesso livre dos machos à rua, evitando assim hiperatividade sexual e possível parafimose. Se o animal já possui histórico do problema, o ideal é afastá-lo de fêmeas no cio.
Quando há alterações presentes desde o nascimento, deve-se retirar este macho da reprodução para que a condição não seja transmitida para a ninhada.
Referências Bibliográficas
Boothe H.W. 1998. Cirurgia peniana e prepucial. In: Bichard S.J. e Scherding R.G. Manual Saunders: Clínica de pequenos animais. São Paulo: Roca, p.998-1001.
Fossum T.W. 2002. Small animal surgery. 2ed. Missouri: Mosby, pp.567-572