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Tudo sobre: Giardíase

Introdução

A giardíase, também conhecida como giardose ou lamblíase, é uma doença causada pelo protozoário Giardia intestinalis (G. lamblia ou G. duodenalis), um parasito intestinal que acomete cães, gatos, pets não convencionais, animais de produção e os seres humanos. Possui potencial zoonótico. Faz parte das parasitoses de maior ocorrência no mundo, sua incidência aumenta no verão, pois o clima favorece a proliferação do protozoário.

A transmissão ocorre através da ingestão de alimentos e água contaminada com cistos (forma de resistência ) de Giardia ou via fecal-oral. Não há predisposição racial ou por gênero, porém, tem maior incidência em animais com menos de um ano de idade, imunossuprimidos e que vivem em comunidade (abrigos e acumuladores).

Os animais infectados podem ser assintomáticos ou sintomáticos (geralmente os filhotes), neste caso, apresentarão um quadro de diarreia, esta pode variar de leve a severa e pode ser contínua ou intermitente. Possui coloração pálida, consistência aquosa e pastosa e odor fétido, alguns casos pode apresentar muco e sangue.

O animal infectado libera cistos de Giardia nas fezes, contaminando o ambiente, objetos, água e alimentos. Além disso, fezes contaminadas podem ficar aderidas aos pelos dos animais mais peludos e o ato da lambedura leva a reinfecção. Portanto, a higiene é fundamental no controle e prevenção dessa parasitose.

Transmissão

-Fezes (contaminadas com cistos de Giardia)

-Alimentos e água (contaminados com cistos de Giardia)

Manifestações clínicas

-Diarreia

-Esteatorreia

-Muco nas fezes

-Dor abdominal

-Flatulência

-Distensão abdominal

-Letargia

-Anorexia

-Fadiga

-Déficits de crescimento

-Êmese

-Desidratação

-Perda de peso

Diagnóstico

-Associação da anamnese, histórico e exame físico

-Exame coproparasitológico*

-ELISA

-PCR

Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a). 

* O método de Faust (centrifugo-flutuação em sulfato de zinco) é o teste mais específico para pesquisa desse parasito, recomenda-se testar ao menos três amostras, devido a liberação intermitente de cistos nas fezes. Resultado negativo não exclui o diagnóstico.

Tratamento

O tratamento é baseado no uso de fármacos antiparasitários e/ ou antibióticos. Fluidoterapia, protetores hepáticos e restrição da alimentação, enquanto há episódios de diarreia, podem ser utilizados como terapia paliativa.

Somente o tratamento medicamentoso não é eficaz, pois o risco de reinfecção é muito grande, assim, medidas profiláticas devem ser tomadas.

O sucesso do tratamento depende de vários fatores, animais imunossuprimidos ou com outras doenças intestinais associadas podem ter dificuldades na eliminação da Giardia, além disso, o agente possui resistência a alguns medicamentos.

Prevenção

Como a transmissão da doença ocorre principalmente pela ingestão de água e alimentos contaminados, a prevenção é baseada em medidas sanitárias.

Além de tratar os animais e pessoas infectadas, deve dar banhos nos animais e realizar a limpeza e desinfecção do ambiente, pois formas infectantes do agente podem se aderir aos pelos do animal e permanecer no ambiente, predispondo a reinfecção. Esse hábito de higiene precisa ser contínuo, principalmente em locais com muitos animais.

Como a água é um veículo de transmissão da doença, é preciso proteger ela de possível contaminação e tratar o esgoto de origem humana e animal. Pessoas que obtêm água a partir de poço, por exemplo, precisam ao menos ferver a água, para destruir possíveis cistos de Giardia e outros agentes. É importante lembrar que a água não é utilizada somente para beber, mas também para lavar os alimentos, as mãos, fazer comida, alimentar os animais, regar plantas e muito mais, por isso, ela é um ponto chave na prevenção dessa e outras doenças.

Para os cães, existe uma vacina comercial contra a G. intestinalis. Ela pode ser fornecida para animais saudáveis a partir de oito semanas de vida, devendo realizar o reforço anualmente. Estudos estão sendo realizados para avaliar o efeito da vacina como tratamento para animais não responsivos à terapia convencional.

Referências Bibliográficas

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