Tudo sobre: Helmintos - Dipylidium caninum
Introdução
O Dipylidium caninum é um verme chato, pertencente à família das tênias, parasitas que habitam o intestino de humanos e animais. O Dipylidium caninum é o verme mais comum em cães e gatos e pode raramente parasitar o homem, porém apresenta um tamanho muito menor do que a tênia, popularmente conhecida como solitária, apresentando um comprimento de no máximo 50cm.
Seu ciclo de vida inicia-se com a deposição dos ovos pelas fêmeas alojadas no intestino do animal, sendo expelidos com as fezes em bolsas que se desprendem do corpo da mãe contendo de cinco a 30 ovos. Os segmentos têm formato de barril e apresentam atividade própria, podendo mover-se na região da cauda do animal, ocasionando coceira nesta região.
O diagnóstico pode ser realizado pela visualização direta do parasita com auxílio de equipamento de aumento para a identificação, e os segmentos apresentam uma coloração creme e podem ser observados nas fezes ou na região anal no animal. O(a) tutor(a) também pode observar o animal arrastando a região anal no chão como forma de alívio do prurido.
O cāo se infecta ao ingerir pulgas e piolhos, hospedeiros intermediários do D. caninum. Os piolhos são capazes de ingerir esse parasita em qualquer fase, porém as pulgas apenas nos estágios de larva são capazes de realizar a ingestão das bolsas de ovos. Após ingerido pela pulga, o ovo se desenvolve em seu abdômen, passando para o estágio de cisticercóide, e é ingerido novamente pelo animal quando ele se lambe.
Em humanos, a infecção é mais comum em crianças devido ao hábito de levar à boca as mãos sujas e objetos que se encontram no chão, podendo ocorrer a ingestão de hospedeiros intermediários. A infecção por D. caninum pode resultar em diarreia e intenso prurido anal.
Transmissão
- Fezes
- Ingestão dos hospedeiros intermediários (pulgas e piolhos)
Manifestações clínicas
Assintomático
- Constipação intestinal
- Prurido
- Inapetência
- Emagrecimento
- Apatia
- Letargia
Diagnóstico
- Associação de sinais clínicos, epidemiologia e exames laboratoriais.
- Presença de pulgas e visualização direta dos ovos.
Exames que o(a) médico(a) veterinário(a) pode solicitar:
- Parasitológico de Fezes
- Hemograma completo
- Urinálise simples
- Albumina
- Ureia
- CPK (creatinofosfoquinase)
- Fosfatase Alcalina (F.A.)
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
Tratamento
O tratamento da parasitose é baseado em anti-helmínticos para a eliminação do parasita. A indicação de qual medicação utilizar deve ser feita por um(a) médico(a) veterinário(a), pois alguns medicamentos não podem ser utilizados em animais muito jovens e em determinadas raças. O tratamento da infestação por pulgas também deve ser realizado para que o ciclo do parasita seja completamente eliminado.
Prevenção
O controle de parasitas deve ser realizado constantemente nos animais domésticos. A observação do animal e busca ativa de ectoparasitas, como as pulgas e a eliminação de infestações auxiliam na prevenção da infecção por Dipylidium caninum. Após o tratamento, devem ser realizados exames para a confirmação do sucesso da terapia, pois reinfecções são frequentemente observadas.
O ambiente em que o animal vive deve ser constantemente limpo e higienizado, e as fezes recolhidas diariamente.
Crianças podem se contaminar com os ovos de Dipylidium caninum por ingestão no contato com os animais, portanto o tratamento deve ser realizado imediatamente e cuidados de higiene devem ser tomados para evitar a infecção.
Referências Bibliográficas
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