Tudo sobre: Hidrocefalia
Introdução
A hidrocefalia congênita é um acúmulo anormal de líquido cefalorraquidiano dentro do sistema ventricular do cérebro devido a uma obstrução no fluxo, que leva a sinais clínicos de encefalopatia. A fisiopatologia da lesão ao sistema nervoso central relacionada à hidrocefalia é complexa e envolve a destruição do revestimento ependimário dos ventrículos, danos à matéria branca pelo acúmulo de líquido intersticial e eventual lesão neuronal no córtex cerebral.
Pode ser classificada em intraventricular e extraventricular. Na intraventricular, a obstrução ocorre no interior dos ventrículos e na extracurricular ela se dá no espaço subaracnóide ou nos vilos aracnóides.
As raças mais acometidas são as raças pequenas como por exemplo Chihuahua, Yorkshire Terrier, Maltês, Buldogue Inglês, Poodle miniatura, Lhasa Apso, Lulu da Pomerânia e Pequinês.
Transmissão
-Não se aplica
Manifestações clínicas
-Disfunção neurológica
-Alteração de comportamento
-Andar em círculos
-Andar compulsivo
-Inquietação
-Atividade compulsiva
-Quadros convulsivos
-Disfunção vestibular e/ou cerebelar
-Estrabismo ventrolateral bilateral
-Cabeça grande em forma de cúpula
-Fontanelas abertas
-Grandes defeitos na calota craniana
-Cegueira
Diagnóstico
-Associação do histórico com as características clínicas
-Ultrassonografia
-Radiografia
-Tomografia computadorizada
-Ressonância magnética
-Eletroencefalografia
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do Médico Veterinário.
Tratamento
A terapia médica pode ser eficaz em alguns pacientes, enquanto outros requerem procedimentos cirúrgicos de derivação para o controle em longo prazo dos sinais clínicos. O tratamento médico da hidrocefalia é direcionado para a redução da produção do líquido cefalorraquidiano. O uso de antiinflamatório esteroidal, diuréticos e inibidor de bomba de prótons podem auxiliar na redução do mesmo.
Para todas essas substâncias, recomenda-se que a dose seja reduzida para o menor valor necessário a fim de controlar os sinais clínicos da doença, para evitar efeitos colaterais graves. O uso de anticonvulsivantes só será recomendado caso o animal apresente quadros convulsivos.
O objetivo do tratamento cirúrgico é desviar continuamente o líquido cefalorraquidiano excessivo dos ventrículos cerebrais para a cavidade peritoneal.
Prevenção
-Não se aplica
Referências Bibliográficas
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