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Tudo sobre: Hiperadrenocorticismo (HAC) ou Síndrome de Cushing

Introdução

O Hiperadrenocorticismo (HAC) ou Síndrome de Cushing trata-se de uma endocrinopatia caracterizada pela elevada concentração sérica de glicocorticoide devido à produção (pelo córtex das glândulas adrenais) ou administração excessiva de medicamentos. 

As glândulas adrenais dos cães e gatos situam-se próximas à porção cranial (anterior) dos rins e são responsáveis pela produção e secreção de diferentes tipos de hormônios, dentre eles os glicocorticóides. O cortisol é o principal glicocorticóide e é responsável por inúmeras funções importantes no organismo, estando envolvido na resposta ao estresse, aumento da glicose no sangue, supressão das reações inflamatórias, entre outros.

A regulação da produção e liberação dos glicocorticóides ocorre basicamente pelo eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal. O hipotálamo é responsável por produzir o hormônio liberador de corticotrofina (CRH), que atua na hipófise para a liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) o qual, por sua vez, estimula a síntese e secreção de cortisol pelas adrenais. 

Em condições fisiológicas, quando o organismo detecta aumento nos níveis de cortisol na circulação, ocorre o chamado feedback negativo, ou seja, a própria concentração deste hormônio é responsável por inibir a produção de CRH e, consequentemente, de cortisol. Porém, a concentração elevada persistente de cortisol na corrente sanguínea resulta no desenvolvimento de hiperadrenocorticismo.

O hiperadrenocorticismo pode ocorrer como consequência da:

  • Produção excessiva de ACTH pela hipófise (HAC hipófise-dependente ou ACTH-dependente) em decorrência de um tumor corticotrófico; 
  • Secreção de cortisol por um tumor secretor localizado no córtex da adrenal (HAC ACTH independente ou HAC adrenal-dependente); 
  • Administração excessiva de glicocorticóides para controle de determinadas doenças (forma iatrogênica).

O HAC de origem hipofisária acomete principalmente cães com mais de seis anos de idade e as raças de pequeno e médio porte apresentam maior predisposição, como Poodle, Dachshund, Beagle, Yorkshire Terrier, Boston Terrier, entre outras. 

Já o HAC adrenal-dependente afeta sobretudo animais de grande porte com mais de nove anos e apesar de não haver predisposição sexual, as fêmeas são mais comumente diagnosticadas com a doença.

Em felinos, a doença ocorre geralmente em animais de meia-idade a idosos (média de 10 anos) e não apresentam predisposição racial e sexual. O HAC iatrogênico acomete com menos frequência felinos se comparado com os cães.

Transmissão

-Não se aplica

Manifestações clínicas

As manifestações clínicos podem apresentar-se isoladas ou em conjunto:

- Poliuria

- Polidipsia

- Polifagia

- Dispneia

- Taquipneia

- Distensão abdominal (abdomen penduloso)

- Ganho de peso

- Atrofia e fraqueza muscular

- Claudicação

- Intolerância ao calor

- Intolerância ao exercício

- Letargia

- Alopecia

- Calcinose cutânea

- Hiperpigmentação cutânea

- Lesões cutâneas

- Fragilidade da pele

Observação: a imunossupressão causada pela alta concentração de cortisol predispõe a ocorrência de infecções secundárias.

Diagnóstico

Associação de sinais clínicos, epidemiologia e exames laboratoriais.

Exames que o(a) médico(a) veterinário(a) pode solicitar:

- Hemograma completo

- Urinálise simples

- Glicemia

- Dosagem sérica de colesterol

- Dosagem sérica de triglicerídeos

- TGP- ALT (alanina aminotransferase)

- FA (fosfatase alcalina) 

- Ultrassonografia abdominal

- Radiografia torácica (pesquisa de metástase)

- Tomografia computadorizada (identificar possível invasão tumoral na artéria aorta abdominal e metástases)

- Ressonância magnética (detecção de tumores na hipófise)

- Teste de supressão com dexametasona

- Teste de estimulação com ACTH

- Dosagem da concentração endógena de ACTH

Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a). 

Tratamento

O objetivo principal da terapia é reduzir os níveis séricos de cortisol. O HAC hipófise dependente geralmente é tratado clinicamente com medicamentos específicos recomendados pelo(a) médico(a) veterinário(a) responsável. Já no caso do HAC adrenal-dependente, a remoção cirúrgica do tumor na adrenal pode ser cogitada, porém em muitos casos o risco cirúrgico é alto, sendo indicada a terapia medicamentosa.

O tratamento medicamentoso é contínuo e necessita de acompanhamento periódico com o(a) médico(a) veterinário(a) responsável.

Prevenção

O hiperadrenocorticismo iatrogênico pode ser prevenido por meio de um acompanhamento frequente com o(a) médico(a) veterinário(a) em caso de animais em tratamento contínuo com glicocorticóides, não sendo recomendada a utilização de qualquer medicação sem indicação de um(a) profissional qualificado(a).

Não é possível prevenir a ocorrência de hiperadrenocorticismo hipófise-dependente e adrenal-dependente, porém, o diagnóstico precoce melhora o prognóstico, a qualidade e a expectativa de vida dos animais.

Referências Bibliográficas

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