Tudo sobre: Infarto Fibrocartilaginoso
Introdução
O infarto fibrocartilaginoso (IFC) ocorre quando um fragmento de fibrocartilagem causa embolia nas veias e artérias que vascularizam a medula espinhal, causando obstrução vascular e consequente isquemia, levando à paralisia por problemas funcionais na medula. Em geral, ocorre entre os três e sete anos de vida dos animais, sendo as raças de médio a grande porte mais predispostas.
A etiologia de como os vasos da medula espinhal são afetados pelo fragmento fibrocartilaginoso ainda é desconhecida, mas algumas teorias são discutidas. Cogita-se que um aumento da pressão abdominal e torácica durante um trauma, como um atropelamento, pode desencadear o deslocamento de êmbolos até as veias e artérias espinhais. Outra teoria bastante discutida é a de que, durante um processo inflamatório do disco intervertebral, por qualquer que seja sua causa, fica facilitada a entrada de fibrocartilagem nos vasos sanguíneos da região, provavelmente por diferença de pressão dentro e fora dos vasos.
Os sinais vão depender da gravidade do infarto e ocorrem de forma aguda, após esforço físico ou trauma. Os locais mais afetados são a região lombossacral e a região toracolombar.
Transmissão
Manifestações clínicas
-Perda ou redução na função de neurônios motores
-Paralisia de membros
-Paralisia de bexiga, ânus e cauda
-Dor aguda
-Ausência de reflexos
Diagnóstico
Associação de sinais clínicos, anamnese e exame físico.
Exames que o(a) Médico(a) Veterinário(a) pode solicitar:
-Radiografias
-Tomografia computadorizada
-Ressonância magnética
-Exame histopatológico
Devem ser excluídas outras disfunções agudas de medula, como trauma medular e protrusão de disco intervertebral.
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
Tratamento
O tratamento para IFC é inespecífico e baseia-se em cuidados gerais para garantir o bem-estar do animal. A realização de exercícios fisioterápicos auxiliam na retomada dos movimentos e relaxamento muscular. Além disso, pode ser necessário tratar feridas de decúbito, caso ocorram.
Geralmente o animal apresenta melhora significativa entre sete e dez dias após o início dos sinais clínicos, podendo retomar sua função normal em até dois meses. Animais que não apresentam sinais de melhora nos primeiros 21 dias após surgimento da disfunção motora geralmente não apresentam melhoras após esse período.
O prognóstico baseia-se no tamanho e localização do comprometimento medular. Pacientes com alteração em neurônio motor superior tendem a apresentar melhora mais rápida em relação ao inferior, bem como animais com reflexo de dor profunda intacta.
Prevenção
Referências Bibliográficas
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