Tudo sobre: Insuficiência Renal Aguda
Introdução
Os rins são órgãos do sistema urinário responsáveis pela filtração e eliminação de resíduos não aproveitáveis ingeridos na alimentação ou produzidos pelo metabolismo normal do organismo. Esses resíduos são eliminados através da urina e as substâncias importantes retornam para a corrente sanguínea. Eles fazem também o controle do volume e composição dos líquidos corpóreos, que mantêm o ambiente estável para a manutenção das atividades celulares.
Eles são compostos por unidades estruturais, os néfrons. Quando os néfrons perdem sua função subitamente independentemente da causa ou mecanismo da lesão, caracteriza-se um quadro de insuficiência renal aguda. Ou seja, os rins perdem a capacidade de excretar compostos nitrogenados, podendo haver diminuição da diurese e ainda incapacidade de concentrar a urina.
Devido às suas características anatômicas e fisiológicas únicas, os rins estão sujeitos a vários tipos de agressões que podem culminar na sua rápida perda de função, sejam elas por isquemia ou agentes tóxicos. Destacam-se: choque grave, hemorragia intensa, hipotensão, desidratação, hipovolemia, anestesia profunda, traumatismo, coagulação intravascular disseminada (CID), trombose ou formação de microtrombos em vaso sanguíneo renal, reações transfusionais, pancreatite, sepse, hipertermia, hipotermia, queimaduras e exposição a nefrotoxinas (diversos agentes biológicos ou químicos que agridem severamente os néfrons).
A insuficiência renal aguda é uma doença grave que acomete, com frequência, cães e gatos de qualquer idade, não apresenta predileção sexual ou maior prevalência por alguma raça específica. Sem a excreção correta dos compostos nitrogenados (ureia e creatinina), eles permanecem em níveis elevados na circulação sanguínea, provocando a chamada azotemia que pode acontecer de três formas diferentes: azotemia pré-renal, renal e pós-renal. Quanto maior a disfunção renal, maior o comprometimento da capacidade funcional dos outros órgãos do organismo, que resulta no aparecimento da síndrome urêmica.
A azotemia pré-renal acontece a partir de qualquer alteração que diminua a perfusão renal (quantidade de líquidos que chega até os rins), seja por desidratação, disfunções cardíacas, hemorragias gastrintestinais ou excesso de proteína na alimentação. A azotemia renal acontece por um dano ou lesão no parênquima renal. E a azotemia pós-renal ocorre quando há diminuição da excreção da urina devido a obstrução uretral, ruptura de bexiga ou outras doenças inflamatórias do trato urinário. Reconhecer o tipo de azotemia é importante para estabelecer as possíveis intervenções e medidas curativas.
Transmissão
-Não se aplica
Manifestações clínicas
Sinais inespecíficos (isolados ou em conjunto):
- Letargia
- Apatia
- Anorexia
- Êmese
- Halitose
- Diarreia
- Desidratação
- Dor
- Inapetência
- Oligúria
- Anúria
Diagnóstico
Associação de sinais clínicos, epidemiologia e exames laboratoriais.
Exames que o(a) médico(a) veterinário(a) pode solicitar:
- Hemograma Completo
- Urinálise simples
- Ureia
- Creatinina
- Fósforo
- Sódio
- Potássio
- Ultrassonografia abdominal
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
Tratamento
Associação de sinais clínicos, epidemiologia e exames laboratoriais.
Exames que o(a) médico(a) veterinário(a) pode solicitar:
- Hemograma Completo
- Urinálise simples
- Ureia
- Creatinina
- Fósforo
- Sódio
- Potássio
- Ultrassonografia abdominal
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
Prevenção
Sabendo que a insuficiência renal aguda pode acontecer a partir de uma infinidade de causas, o(a) tutor(a) deve se apegar a medidas que diminuam os riscos de lesão renal, a princípio com o fornecimento de uma alimentação equilibrada, balanceada e de boa qualidade para que não haja excessos ou faltas para o animal. Em segundo lugar, manter sempre as consultas veterinárias, vacinas e vermífugos em dia. O acompanhamento periódico com o(a) médico(a) veterinário(a) garante que seu animal esteja amparado e facilita o diagnóstico precoce caso aconteça algum distúrbio.
Jamais medicar o animal por conta própria, principalmente com medicamentos de uso humano, pois muitos são potencialmente tóxicos tanto para cães quanto para gatos. Evitar expor os animais a situações extremas (muito frio ou muito calor) ou a produtos químicos (limpeza, automotivos, venenos etc).
E por último, ao observar qualquer mudança de comportamento ou aparecimento de sinais clínicos, o(a) tutor(a) deve procurar atendimento médico o mais rápido possível. Tratando-se de função renal, quanto maior a demora no diagnóstico e intervenção, maiores as chances de danos graves ao organismo.
Referências Bibliográficas
BRAGHATO, N. Fisiologia renal e insuficiência renal aguda em pequenos animais: causas e consequências. Seminário (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2013.
PALUMBO, M. I. P. et al. Manejo da insuficiência renal aguda em cães e gatos. Arq. Ciênc. Vet. Zool. UNIPAR, Umuarama, v. 14, n. 1, p. 73-76, jan./jun. 2011
PLUNKETT, S. J. Procedimentos de emergência em pequenos animais. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2006. p. 204-210.
RUFATO, F. H. F. et al. Insuficiência renal em cães e gatos. Interdisciplinar: Revista Eletrônica da Univar n. 6 p. 167 – 173, 2011.