Tudo sobre: Leishmaniose Visceral
Introdução
A leishmaniose é uma doença infecciosa não contagiosa causada por um protozoário do gênero Leishmania, transmitida através da picada do mosquito conhecido por Mosquito Palha, Mosquito Pólvora, Birigui ou Tatuquira. É classicamente dividida em duas formas: leishmaniose tegumentar ou cutânea (LC) e leishmaniose visceral (LV), causadas por espécies diferentes de Leishmania.
A leishmaniose visceral ou calazar é considerada uma zoonose uma vez que acomete animais domésticos, selvagens e seres humanos, tratando-se de uma doença grave em cães e letal em humanos se não tratada.
A distribuição da leishmaniose visceral canina pelo mundo é ampla, estando presente predominantemente em regiões tropicais e subtropicais, sendo considerada um grande problema de saúde pública.
No Brasil, os casos concentram-se na região Nordeste seguida pelas regiões Norte, Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Transmissão
Manifestações Clinícas
Assintomático
Sinais inespecíficos (isolados ou em conjunto):
-Ataxia
-Emagrecimento
-Caquexia
-Apatia
-Êmese
-Poliúria
-Polidipsia
-Polifagia
-Diarreia
-Melena
-Hematoquezia
-Onicogrifose
-Alopecia
-Descamação da pele
Diagnóstico
Associação de sinais clínicos, epidemiologia e exames laboratoriais.
Exames que o médico veterinário pode solicitar:
-Hemograma completo
-Esfregaço sanguíneo
-ALT-TGP
-AST-TGO
-Fosfatase Alcalina (F.A.)
-Bilirrubina
-Ureia
-Creatinina
-Urinálise simples
-SDMA (Dimetilarginina simétrica)
-Leishmaniose Canina – DPP + Elisa + Rifi
-Leishmaniose Canina – DPP + Elisa + Rifi com Diluição Total
-Leishmaniose Felina
-Leishmaniose Felina – Diluição Total
-Leishmania chagasi (PCR)
-Teste Rápido Leishmaniose
-Leishmaniose Canina Método Imunohistoquímica
-Citologia de linfonodo
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do Médico Veterinário.
Tratamento
O tratamento contra a leishmaniose é um assunto polêmico, uma vez que os medicamentos utilizados não são capazes de eliminar completamente a infecção e o animal pode continuar a transmitir a doença. O tratamento é baseado na utilização de medicamentos que bloqueiam o metabolismo do parasita levando-o à morte.
Atualmente, o tratamento resulta em melhora clínica do animal e diminuição nos títulos de anticorpos anti-Leishmania, porém não previne a recidiva das manifestações clínicas, sendo necessário o monitoramento periódico.
O Ministério da Saúde através do Manual de Vigilância, Prevenção e Controle de Zoonose recomenda a eutanásia como medida de controle do reservatório canina, cabendo ao responsável pelo animal a decisão e autorização para sua realização.
Prevenção
As medidas de controle e profilaxia podem evitar a expansão do agente infeccioso, tais como: combate ao mosquito através da limpeza ambiental e retirada das possíveis fontes de alimento, como matéria orgânica; uso de inseticidas ambientais ou plantas repelentes, como a citronela; impedimento da entrada de animais silvestres em áreas urbanas.
Recomenda-se aos responsáveis por cães a utilização de coleiras impregnadas com inseticidas em seus pets, trocando a cada seis meses ou de acordo com o recomendado pelo fabricante; aplicação de inseticidas de uso tópico em todos os membros da família; realização de passeios diurnos, evitando os períodos crepusculares e noturnos; colocação de telas em janelas para evitar entrada de insetos e vacinação dos pets contra leishmaniose.
Referências Bibliográficas
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