Tudo sobre: Linfadenopatia
Introdução
Os linfonodos são órgãos do sistema linfáticos que estão distribuídos estrategicamente por todo o corpo. Eles são compostos por células do sistema imunológico, sendo responsáveis por identificar a entrada de agentes estranhos no organismo e gerar uma resposta de contenção e defesa.
Quando os linfonodos reagem a um estímulo, eles tendem a aumentar de volume, sendo um indicativo ao clínico de que algo não está bem. A essa alteração no linfonodo se dá o nome de linfadenomegalia, que é considerada uma linfadenopatia.
Vários estímulos são capazes de levar a uma linfadenomegalia, principalmente estímulos infecciosos (bacterianos, fúngicos e parasitários), neoplásicos e inflamatórios. De acordo com o estímulo recebido, a população celular normal do linfonodo se altera.
A principal causa de linfadenopatia em cães é a leishmaniose e a segunda é o linfoma, enquanto que em gatos a principal causa é o linfoma.
A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) e posterior avaliação citológica (citologia aspirativa) é o principal método de avaliação dos linfonodos. Quando esta técnica resulta em um diagnóstico inconclusivo, é necessário realizar a remoção cirúrgica do órgão e avaliação histopatológica. A PAAF é um procedimento comumente realizado na rotina clínica, não apresenta risco ou dor ao paciente. Permite uma amostragem rápida e barata dos linfonodos periféricos, sem necessidade de hospitalização ou anestesia. Através da citologia aspirativa é possível classificar o tipo de linfadenopatia, identificar patógenos como Sporothrix spp, Cryptococcus neoformans, Leishmania spp, entre outros, e indicar a ocorrência de neoplasia.
De acordo com a causa da linfadenopatia o tratamento e o prognóstico são estabelecidos.
Transmissão
-Adquirida
Manifestações clínicas
-Linfadenomegalia local ou generalizada
Observação: os sinais clínicos irão variar de acordo com a doença base.
Diagnóstico
-Anamnese, histórico e exame físico (principalmente palpação dos linfonodos)
-Punção aspirativa por agulha fina (PAAF)
-Citologia aspirativa
-Histopatologia
-Hemograma completo
-Sorologia
-Citologia de medula óssea
-ELISA, PCR e Imunofluorescência para Leishmaniose visceral
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
Tratamento
O tratamento irá variar com a causa da doença. Doenças infecciosas possuem terapia medicamentosa específica, por exemplo, a esporotricose necessita de terapia com antifúngicos, e as neoplasias possuem protocolos próprios.
Prevenção
É possível prevenir as causas infecciosas, como a leishmaniose, na qual recomenda-se o uso de coleiras repelentes e evitar passeios durante o crepúsculo, pois o mosquito possui hábito crepuscular, cuidados com o quintal, evitando o acúmulo de matéria orgânica que atrai os mosquitos e quando possível, realização do protocolo vacinal para doença.
O tutor deve levar seu pet para vacinar sempre que necessário, de acordo com o protocolo de vacinação, não permitir que tenha acesso livre à rua, realizar a manutenção e a limpeza do ambiente em que seu pet fica com frequência a fim de evitar infestação por ectoparasitas, não permitir o contato com animais errantes, doentes e não vacinados, e fornecer uma alimentação de qualidade.
O acompanhamento periódico com o (a) Médico(a) Veterinário(a) é essencial para a manutenção da saúde dos animais, auxiliando na prevenção e identificação precoce de possíveis doenças.
Referências Bibliográficas
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