Tudo sobre: Linfangiectasia
Introdução
A linfangiectasia é um distúrbio do sistema linfático que resulta em má absorção e perda de nutrientes. O sistema linfático é uma rede complexa de vasos e outras estruturas que realizam o transporte do fluido linfático dos tecidos de volta para o sistema circulatório.
Na linfangiectasia ocorre a dilatação dos vasos linfáticos intestinais, ocasionando a perda de proteínas e outras substâncias que são carregadas pela linfa (conteúdo dos vasos linfáticos), sendo a principal consequência para o organismo a falta de proteínas no sangue. Entre as causas, pode-se citar má formação congênita, infiltração ou obstrução dos vasos, drenagem anormal ou aumento da produção de linfa. A doença provoca ascite (acúmulo de líquido livre no abdômen) em consequência da obstrução, e causa sinais respiratórios e digestivos no animal.
Transmissão
-Congênita
Manifestações clínicas
-Apatia
-Êmese
-Flatulência
-Diarreia crônica
-Ascite
-Edema subcutâneo
-Dispneia
Diagnóstico
Associação de sinais clínicos e exames laboratoriais.
Exames que o médico veterinário pode solicitar:
-Albumina
-Creatinina
-Imunoglobulina A (IgA)
-Imunoglobulina G (IgG)
-Imunoglobulina M (IgM)
-Ureia
-AST – TGO
-ALT – TGP
-Fósforo
-Gama GT
-CPK (creatinofosfoquinase)
-Fosfatase Alcalina (F.A.)
-Bilirrubinas (Direta, Indireta e Total)
-Relação Cortisol Urinário – Creatinina Urinária
-Parasitológico de Fezes
-Vitamina B12 (Cianocobalamina)
-Ácido Fólico (Folato)
-Coprocultura (Cultura de Fezes)
-Radiografia
-Ultrassonografia
-Ecocardiografia
-Endoscopia
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do Médico Veterinário
Tratamento
Como a enfermidade provoca a perda de proteínas, que são nutrientes essenciais para o desenvolvimento e manutenção do organismo, uma dieta rica em proteínas de alta qualidade é recomendada para o paciente com linfangiectasia. Porém a dieta deve ser também restrita de gordura, e a gordura utilizada deve ser escolhida para que não dificulte a absorção de proteínas no intestino.
Quando existe uma obstrução identificada na região intestinal, o caso pode ser indicado para a remoção cirúrgica. O paciente deve ser tratado para as complicações decorrentes da doença e aspectos nutricionais e físicos devem ser avaliados.
Prevenção
A evolução da doença pode ser imprevisível e, apesar do tratamento de suporte, não se sabe exatamente como o organismo vai se comportar e quais sintomas podem persistir ou surgir em decorrência da linfangiectasia. O acompanhamento com médico veterinário e a utilização de uma dieta adequada vão auxiliar na qualidade de vida do pet.
Referências Bibliográficas
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