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Tudo sobre: Lúpus Eritematoso Sistêmico

Introdução

O lúpus eritematoso é uma doença de caráter autoimune, crônico e progressivo que se manifesta basicamente de duas formas: o lúpus eritematoso sistêmico, caracterizado por uma doença multissistêmica (acomete mais de um órgão), e o lúpus eritematoso discóide, o qual se restringe a alterações cutâneas, sendo considerado a forma benigna da doença.

A etiologia da doença não é estabelecida, mas acredita-se ter correlação com infecções virais, predisposição genética, reações medicamentosas, radiação ultravioleta, desequilíbrio hormonal e distúrbios imunológicos. 

A doença pode afetar cães (incomum) e gatos (rara) de ambos os sexos e as raças mais predispostas são raças Collie, Pastor Alemão, Pastor de Shetland, Beagle e Poodle, e animais de meia-idade são mais acometidos (faixa de um a nove anos de idade).

As lesões ocorrem por uma resposta do sistema imunológico que cria imunocomplexos (antígeno-anticorpo) que são depositados em locais específicos como na pele, articulações e outros tecidos/ órgãos.

Como ocorre a produção de anticorpos contra as células do organismo do próprio animal, como agravante desta doença pode ocorrer: anemia hemolítica, baixa nas plaquetas, diminuição da imunidade do animal, polimiosite, miocardite, endocardite, dermatite esfoliativa generalizada, úlceras nos coxins (“almofadinhas” das patas), paniculite e artrite ou poliartrite (mais de uma articulação afetada). 

Os sinais clínicos são inespecíficos e podem apresentar melhora ou piora em determinados períodos, por esse motivo, os tutores muitas vezes demoram a levar o animal ao(à) médico(a) veterinário(a) e,consequentemente, ocorre falha ou demora no diagnóstico definitivo. Como a doença tem caráter progressivo, as lesões ficam mais severas com o passar do tempo em casos não tratados.

Acredita-se que a transmissão possa ocorrer de forma vertical, ou seja, ser passada para os descendentes de animais afetados. Estudos revelam que nos primeiros descendentes não houve valores significativos da transmissão da doença, porém a partir da terceira geração de descendentes o números de acometidos aumenta significativamente.

Transmissão

- Hereditária

Manifestações clínicas

  • Lesões erosivas pelo corpo sendo mais comuns na face, orelhas e extremidades distais
  • Alopecia
  • Eritema na pele
  • Crostas na pele
  • Hiperqueratose
  • Dor nas articulações (Artrite/Poliartrite)
  • Pirexia
  • Úlceras orais
  • Escamas na pele
  • Despigmentação da pele
  • Apatia
  • Fraqueza
  • Esplenomegalia (identificada nos exames físico e/ ou complementar)
  • Anorexia
  • Manifestaçoes neurológicas
  • Poliúria*
  • Polidipsia*
  • Emagrecimento*
  • Êmese*

*Os portadores podem desenvolver sinais clínicos secundários à doença renal.

Diagnóstico

Associação entre o histórico do animal, sinais clínicos e exames físico e complementares. O(a) médico(a) veterinário(a) pode solicitar/ realizar os seguintes exames complementares:

  • Hemograma
  • Ureia
  • Creatinina
  • Dimetilarginina simétrica (SDMA)
  • Fosfatase alcalina (FA)
  • ALT -TGP
  • AST -TGO
  • Creatinofosfoquinase (CPK)
  • Urinálise
  • Proporção ureia/creatinina urinária
  • Radiografias das articulações
  • Artrocentese e cultura do líquido sinovial
  • Imunofluorescência indireta (RIFI)
  • Teste célula de lúpus eritematoso - amostra de sangue total
  • Biópsia renal com posterior teste de imunofluorescência direta
  • Histopatológico de pele

Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a). 

Tratamento

O tratamento para o lúpus eritematoso sistêmico atualmente é à base de corticóides sistêmicos até ocorrer a regressão das lesões, podendo estar associado a medicamentos imunomoduladores. No geral, o tratamento é demorado (em média seis meses), mas apresenta uma boa resposta. O corticóide deve ter sua dose reduzida, após a remissão das lesões, para uma dose mínima na qual o animal permaneça com a doença controlada. 

Como pode ocorrer infecção bacteriana secundária nos locais das lesões, recomenda-se a utilização de antibióticos específicos (principalmente após antibiograma), analgésicos e antipiréticos caso seja necessário.

O uso de vitaminas D e E e protetor solar também pode auxiliar no tratamento de lesões por lúpus eritematoso sistêmico.

O(a) tutor(a) deve estar ciente de que a doença de caráter autoimune não tem cura, mas que é possível o controle, proporcionando qualidade de vida do animal na maioria dos casos. 

Sugere-se acompanhamento periódico com um(a) médico(a) veterinário(a) para eventuais adaptações medicamentosas e avaliação do estado geral do animal.

Prevenção

Não há uma forma específica de prevenir a ocorrência dessa doença, porém, como existe a possibilidade de transmissão para os descendentes, recomenda-se não reproduzir animais portadores de lúpus eritematoso sistêmico. 

Em animais portadores, deve-se evitar a exposição ao sol, pois pode contribuir para o agravamento de lesões preexistentes ou surgimento de novas lesões, devido à fotossensibilidade. 

Referências Bibliográficas

BUBNIAK, F. D. Lúpus eritematoso na espécie canina - revisão de literatura. Universidade Federal Rural do Semi-árido, Curitiba, 2009.


GERONYMO, V. V. et al. Ocorrência de lúpus eritematoso em cães atendidos no hospital veterinário no centro regional universitário de Espírito Santo do Pinhal (UNIPINHAL), no período de 1999 a 2003. Boletim de Medicina Veterinária - UNIPINHAL, v. 1, n° 1, p. 63-71, 2005.

JERICÓ, M. M., KOGIKA, M. M., & DE ANDRADE NETO, J. P. Tratado de medicina interna de cães e gatos. Grupo Gen-Guanabara Koogan, 2015.

NELSON, R.; COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais. Elsevier Brasil, 2015.

VASSALO, F. G. Os efeitos do lúpus eritematoso sistêmico no sistema urinário de pequenos animais. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2011.

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