Tudo sobre: Luxação patelar
Introdução
O joelho é composto por uma articulação bem complexa e um dos osso do joelho é a patela, que possui formato ovalado. Ela se movimenta à medida que o animal estende e flexiona o joelho, mas sempre dentro de um sulco próprio no fêmur. Quando ela se desloca para lateral (para fora) ou para medial (para dentro), caracteriza uma luxação patelar.
A luxação de patela medial é a mais comum e acomete mais cães das raças toys e miniaturas, em uma forma congênita, ou seja, o animal já nasce com características ósseas alteradas e elas tendem a piorar com o tempo. A luxação lateral ocorre mais em cães grandes e gigantes e em decorrência de trauma. O grau da luxação varia de I (um) a IV (quatro) de acordo com o grau de deformidade óssea e, em alguns casos, a patela permanece 100% do tempo fora do seu local anatômico.
Normalmente é bilateral, mas a gravidade pode ser diferente em cada membro acometido. Filhotes de três meses já podem apresentar sinais, porém muitas vezes apenas o paciente adulto é que vai manifestar sintomas. A luxação acaba sobrecarregando a articulação do joelho e pode predispor a outros problemas em ligamentos.
Transmissão
Luxação medial:
- Hereditária
- Congênita
Manifestações clínicas
- Claudicação variável
- Dificuldade em se levantar
- Pulos com os membros durante caminhadas
- Incapacidade de estender a articulação do joelho
- Dor na região do joelho
- Desvio evidente dos membros pélvicos
Diagnóstico
- Exame ortopédico criterioso
- Radiografia
Observação: A realização e a definição da necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
Tratamento
O tratamento vai variar de acordo com o grau da luxação e idade do paciente. Se o animal ainda estiver em crescimento e já apresentar pelo menos um deslocamento grau II, recomenda-se o tratamento cirúrgico. No grau II em pacientes adultos, a cirurgia é recomendada se o animal apresenta sintomatologia elevada e dor. Os graus III e IV são sempre cirúrgicos e muitas vezes envolvem técnicas complexas.
Se o animal possuir desvios ósseos importantes, podem ser necessárias correções complexas com utilização de implantes, em casos menos graves realiza-se uma plástica na articulação acometida para que a patela se encaixe perfeitamente no sulco troclear, que é seu local anatômico.
O tratamento conservativo, quando indicado, se baseia na utilização de nutracêuticos como ômega 3 e condroitina, fisioterapia para fortalecimento dos músculos da coxa e controle de peso. Os pacientes que passaram por cirurgia também devem seguir este regime terapêutico. Nos casos das crises de dor aguda, serão necessários anti-inflamatórios e analgésicos de acordo com o grau de dor.
Prevenção
Por se tratar de uma doença com caráter genético, a melhor maneira de prevenir é não reproduzindo os pacientes com luxação. É possível prevenir que a doença avance e cause ainda mais problemas, por isso é ideal consultar a respeito dos progenitores e fazer uma avaliação com um ortopedista nas raças predispostas.
Referências Bibliográficas
Alam, M.R. et al. Frequency and distribution of patellar luxation in dogs - 134 cases (2000 to 2005). Vet. Comp. Orthop. Traumatol., v.20, p.59-64, 2007.
Denny, H. R. & Butterworth, S. J. 2006. Cirurgia Ortopédica em Cães e Gatos. 4ed., São Paulo: Roca, 504p.
Fossum T.W. 2005. Management of Joint Diseases. In: Small Animal Surgery. St. Louis: Mosby, pp.943-957