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Tudo sobre: Nefrite hereditária

Introdução

Os rins são órgãos do sistema urinário responsáveis pela filtração e eliminação de resíduos não aproveitáveis ingeridos na alimentação ou produzidos pelo metabolismo normal do organismo. Esses resíduos são eliminados através da urina e as substâncias importantes retornam para a corrente sanguínea. Eles fazem também o controle do volume e composição dos líquidos corpóreos, que mantém o ambiente estável para a manutenção das atividades celulares.

A nefrite ou glomerulonefrite hereditária é uma doença genética que frequentemente provoca a falência renal, associada com perda auditiva e anormalidades visuais (no cristalino do olho). Caracteriza-se por uma inflamação no glomérulo (unidade responsável pela filtração renal) de origem não imune e hereditária, que provoca o aparecimento de sangue na urina devido à espessura irregular, adelgaçamento e delaminação da membrana basal glomerular (MBG) e tubular.

É também conhecida como Síndrome de Alport. Pode estar associada a uma forma dominante ligada ao cromossomo X em que os machos desenvolvem a doença mais frequentemente e de uma forma mais precoce que as fêmeas portadoras; e de forma autossômica recessiva. Essas alterações genéticas provocam mudanças na estrutura de um tipo de colágeno que é o principal constituinte das membranas basais. O dano a este colágeno rompe a sua função e leva ao defeito dos órgãos onde ele atua (rins, olhos e ouvidos).

A maioria dos pacientes com esta doença desenvolve doença renal crônica. A idade de apresentação dos sintomas é bastante variável, geralmente entre três meses e três anos, mas alguns animais podem manifestar os sinais clínicos mais tardiamente. Algumas raças de cães já foram relacionadas como mais propensas a este tipo de enfermidade: Samoieda, Navasota, Cocker Spaniel, Bull Terrier, Dálmata, Dobermann, Bullmastiff, Terranova, Rottweiler, Corgi e Beagle, mas outras raças ou animais sem raça definida eventualmente também podem apresentar este tipo de glomerulopatia primária.

Manifestações clínicas

Sinais inespecíficos (isolados ou em conjunto):

- Hematúria

- Perda Auditiva 

- Alterações Oculares

- Edema

- Oligúria

- Polidipsia

Diagnóstico

Associação de sinais clínicos, epidemiologia e exames laboratoriais.

Exames que o(a) médico(a) veterinário(a) pode solicitar:

- Hemograma Completo

- Urinálise Simples

- Ureia

- Creatinina

- Fósforo

- Sódio

- Potássio

- Ultrassonografia abdominal

- Biópsia

- Audiometria

- Urocultura Com Antibiograma

- Proteínas Totais + Frações

Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).

Tratamento

A terapêutica não é capaz de curar as lesões irreversíveis, contudo é possível aliviar os sinais clínicos e distúrbios metabólicos com o tratamento sintomático. O objetivo é retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.

A mudança na dieta do paciente pode ser uma aliada durante o tratamento. O(a) médico(a) veterinário(a) pode indicar rações específicas com restrição de proteínas, sódio e fósforo para auxiliar na diminuição dos sinais clínicos.

Dependendo do grau de desidratação do(a) paciente, o profissional pode recomendar a internação para reposição de fluidos e, após a alta é de extrema importância, oferecer ao animal água limpa, fresca e abundante. Entre os medicamentos pode-se utilizar antieméticos, eletrólitos, vitaminas e outros.

Em pacientes com anemia severa também pode ser recomendada a transfusão sanguínea para normalização de sintomas. A hemodiálise ou a diálise peritoneal podem ser consideradas no tratamento de pacientes com doença renal crônica, caso a perda significativa da função renal represente um risco ao organismo pelo acúmulo de produtos tóxicos e para o restabelecimento do volume e da composição dos líquidos corpóreos. O transplante renal (ainda não muito explorado em medicina veterinária) também pode ser indicado.

Prevenção

Por ser uma doença hereditária, não há medidas de prevenção efetivas. No entanto, recomenda-se ao(à) tutor(a) que ao adquirir um animal de raça sempre procure criadores idôneos e canis registrados, onde seja possível conhecer a linhagem genética do filhote. O controle sobre doenças genéticas e hereditárias dos reprodutores do plantel e um cuidadoso pré-natal das matrizes pode diminuir as chances de desenvolvimento de ninhadas com anomalias.

É importante lembrar que o(a) tutor(a) deve fornecer uma alimentação equilibrada, balanceada e de boa qualidade para que não haja excessos ou faltas para o animal.

Em segundo lugar, manter sempre as consultas veterinárias, vacinas e vermífugos em dia. O acompanhamento periódico com o(a) médico(a) veterinário(a) garante que o animal esteja amparado e facilita o diagnóstico precoce caso aconteça algum distúrbio.

E por último, ao observar qualquer mudança de comportamento ou aparecimento de sinais clínicos, o(a) tutor(a) deve procurar atendimento médico o mais rápido possível. Tratando-se de função renal, quanto maior a demora no diagnóstico e intervenção, maiores as chances de danos severos ao organismo.

Referências Bibliográficas

ALVES, F. R. A.; RIBEIRO, F. A. Q. Revisão sobre a perda auditiva na Síndrome de Alport, analisando os aspectos clínicos, genéticos e biomoleculares. Rev. Bras. Otorrinolaringol. vol.71 no.6 São Paulo Nov./Dec. 2005

LAGOA, L. M. N. S. Nefropatia juvenil canina. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa. Lisboa, 2010.

RUFATO, F. H. F. et al. Insuficiência renal em cães e gatos. Interdisciplinar: Revista Eletrônica da Univar n. 6 p. 167 – 173, 2011

SILVESTRIM, M. C. et al. SÌndrome de Alport: relato de um caso com recuperação total. Arq Bras Oftalmol;64:461-3. 2001

Transmissão

- Hereditária - não infecciosa

C
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