Tudo sobre: Osteopatia Craniomandibular
Introdução
A osteopatia craniomandibular (OCM) é uma doença óssea degenerativa que acomete os cães. Ocorre proliferação óssea, mais precisamente do periósteo (camada mais externa do osso), tornando a região hipertrofiada (aumentada). Os locais mais acometidos são os ossos da mandíbula e do crânio e eventualmente a bula timpânica no ouvido. Um dos nomes populares da doença, chamada de “mandíbula de leão”, remete à característica física que os pacientes portadores apresentam, com aumento de volume significativo na região mandibular. Raramente esta afecção ocorre no esqueleto apendicular (membros).
Sua incidência é relativamente baixa e há predisposição racial definida, sendo as raças Terrier predominantemente acometidas (West Highland White Terrier, Airedale Terrier, Scottish Terrier, entre outras). Não existe uma predileção sexual e normalmente os cães manifestam a doença antes da puberdade. Trata-se de uma condição proliferativa, mas não neoplásica e que tem caráter autolimitante, ou seja, a proliferação óssea para de ocorrer de forma espontânea, sem tratamento.
A causa é desconhecida, porém já foi definido o caráter genético nos cães Terrier, enquanto em outras raças, quando ocorre, está relacionada a infecções virais (cinomose) ou bacterianas (erliquiose). Os animais normalmente apresentam os sinais entre os três e os oitos meses de idade (fase de crescimento) e dentro de quatro meses há resolução do problema.
Embora a hipertrofia das células tenha resolução espontânea, os danos causados de acordo com a localização da lesão podem tornar-se permanentes. Quando as articulações estão envolvidas pode ocorrer anquilose (adesão anormal da articulação) e perda da sua função. Nas raças Terrier, o acometimento articular é mais comum do que nas demais. Existem casos onde a manifestação da doença não afeta a qualidade de vida do paciente e, até o tratamento se completar, não ocorre lesões graves. Porém, de acordo com a gravidade da doença, a proliferação óssea pode ser exagerada e causar danos que são incompatíveis com a vida.
Transmissão
- Hereditária
Manifestações clínicas
- Aumento de volume bilateral e simétrico na região mandibular e de crânio
- Aumento da temperatura no local do inchaço
- Dor
- Dificuldade para abrir a boca
- Pirexia intermitente
- Sialorreia
- Anorexia
- Apatia
- Disfagia
Diagnóstico
- Exame clínico associado ao histórico do paciente
- Fosfatase alcalina (FA)
- Dosagem sérica de fósforo
- Radiografia craniana
- Histopatologia
Observação: A realização e a definição da necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
Tratamento
Por se tratar de uma doença autolimitante, sua resolução ocorre em um período de um a quatro meses. Porém, é essencial terapia suporte para os sintomas apresentados: controle da dor com analgésicos; controle da inflamação com medicamentos anti-inflamatórios e compressa fria local; antitérmicos e suporte nutricional e hídrico, quando necessário. O tratamento suporte pode ser longo e durar meses.
Recomenda-se a castração do paciente acometido para acelerar a resolução da doença e impedir a instalação de danos permanentes.
Prevenção
Não reproduzir os animais que apresentarem os sinais clínicos, impedindo a transmissão para os filhotes da ninhada de pais portadores.
Referências Bibliográficas
MACEDO, A.S. et al. Craniomandibular Osteopathy in a West Highland White Terrier. Acta Scientiae Veterinariae. v.43, n.1, p.1- 4, 2015.
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SHORENTEIN, B., SCHWARTZ, P. e KROSS, P.H. Craniomandibular osteopathy in dogs. Veterinary Medicine Today: What Is Your Diagnosis. v.245, n.5, p.40-42, 2014.