Tudo sobre: Osteossarcoma Canino
Introdução
Neoplasias são processos patológicos que resultam em formações, conhecidas comumente como tumores. As neoplasias ósseas são muito comuns em cães, representando cerca de 4% a 6% de todos os tumores malignos que acometem essa espécie. Dentre elas, a mais observada é o osteossarcoma (OSA), também denominado de sarcoma osteogênico, que constitui cerca de 80 a 95% das neoplasias ósseas nestes animais. Dentre as raças mais acometidas, estão as grandes e gigantes, como Rottweiler, São Bernardo, Doberman, Pastor Alemão, Labrador Retriever, Golden Retriever e Boxer. Já nos gatos, o osteossarcoma é menos comum.
O OSA pode ocorrer nos ossos longos, sendo denominado osteossarcoma apendicular, que corresponde a 75% dos casos, e menos comumente no crânio e nos ossos que compõe o esqueleto axial. Os membros torácicos (anteriores) são duas vezes mais acometidos que os pélvicos (posteriores). Existe ainda uma forma muito menos comum, que representa apenas 1% dos casos, que é denominada osteossarcoma extra-esquelético.
Em relação a sexo e idade, o OSA pode ocorrer tanto nos machos como em fêmeas, apresentando maior frequência no primeiro grupo, exceto nas raças São Bernardo e Rottweiler, nas quais as fêmeas têm maior frequência. Os cães de meia idade e jovens são mais acometidos do que os filhotes, sendo a distribuição do OSA bifásica, entre dois e nove anos (média de sete anos). Porém, entre os jovens há uma alta incidência da neoplasia no intervalo de idade entre 18 e 24 meses.
A etiologia do osteossarcoma não é bem definida, mas sabe-se que a alterações genéticas, radiação ionizante, infartos ósseos, microfraturas de fadiga na metáfise óssea e presença de implantes ortopédicos são fatores de risco para o desenvolvimento de sarcomas ósseos.
Transmissão
-Não se aplica
Manifestações clínicas
Sinais inespecíficos (isolados ou em conjunto):
-Claudicação (membro que apresenta a neoplasia)
-Atrofia (membro que apresenta a neoplasia)
-Edema (membro que apresenta a neoplasia)
-Aumento dos linfonodos regionais
-Aumento de temperatura (local do tumor)
-Aumento de volume (local do tumor)
-Anorexia
-Pirexia (febre)
-Perda de peso (incomuns na fase inicial da doença)
-Anormalidades respiratórias (associada à presença de metástase pulmonar)
Sinais neurológicos (ocorrem apenas em casos em que há acometimento de coluna vertebral, pelve e/ou medula espinhal):
-Incontinência urinária
-Dificuldade para levantar
-Hiperestesia
Observação: alguns sinais clínicos ficam mais evidentes após a realização de exercício.
Diagnóstico
Associação de histórico, sinais clínicos, exames de imagem e laboratoriais.
Exames que o(a) médico(a) veterinário(a) pode solicitar:
-Hemograma completo
-Bioquímica sérica
-Urinálise
-Radiografia do membro
-Radiografia torácica
-Tomografia computadorizada
-Cintilografia óssea
-Biópsia óssea
-Citologia óssea
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
Tratamento
O tratamento tem por objetivo a remoção do tumor primário a partir da realização de cirurgia, podendo ser escolhida a amputação do membro ou alguma técnica que poupe o mesmo, para que posteriormente seja iniciada a quimioterapia, uma vez que o osteossarcoma é um tumor agressivo que tem os pulmões como principal sítio de metástase.
A maioria dos cães não apresenta diminuição de suas atividades após a realização da amputação do membro, que é contra-indicada quando há afecção ortopédica em outro membro em cães gigantes e quando há metástase pulmonar ou quando ainda não foi realizada a radiografia torácica ou tomografia computadorizada para a pesquisa de metástase pulmonar.
Prevenção
-Não se aplica
Referências Bibliográficas
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