Tudo sobre: Parainfluenza Canina
Introdução
A Parainfluenza Canina é uma das causadoras da traqueobronquite infecciosa canina (popularmente conhecida como “Tosse dos Canis). Trata-se de uma doença contagiosa que provoca infecções respiratórias subitamente nos cães. Os animais acometidos costumam apresentar secreção nasal e ocular e uma tosse bastante característica. Cães em bom estado de imunidade podem apresentar a forma branda da doença e essa ser auto-limitante. Não é raro que a parainfluenza esteja acompanhada de outros agentes infecciosos, agravando o quadro e seus sinais clínicos.
A tosse dos canis costuma ser causada não somente pela parainfluenza, mas também pela Bordetella bronchiseptica, ambos muitas vezes presentes em locais em que há aglomeração de cães como canis, abrigos, creches, hotéis e outros. Sua ocorrência é maior em estações mais frias do ano, como o inverno e outono.
Transmissão
Contato direto com cães doentes ou por contato indireto, pelo ar e secreções respiratórias (aerossóis). Os agentes podem ainda se disseminar rapidamente por fômites (em objetos), em ambientes intensamente contaminados.
Manifestações clínicas
Os sinais geralmente desenvolvem-se quatro a sete dias depois da exposição.
-Tosse seca e intermitente
-Tosse branda e seca
-Tosse úmida e intermitente ou paroxística
-Ânsia de vômito
-Expectoração de muco branco espumoso
-Piora do quadro após exercícios
-Anorexia
-Tosse produtiva e úmida
-Letargia
-Dispneia e intolerância a exercícios
-Febre baixa
-Ruídos pulmonares aumentados
-Taquipneia
-Creptação pulmonar
Diagnóstico
História clínica, sinais clínicos e resposta ao tratamento.
-Radiografia torácica
-Lavado transtraqueal
-Cultura de swabs das secreções
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do Médico Veterinário.
Tratamento
O tratamento varia de acordo com os sinais apresentados pelo cão e seu estado geral de saúde. Procure um médico veterinário o quanto antes caso note mudanças de comportamento ou problemas de saúde em seu pet. A tosse característica da doença causa muito incômodo e estresse ao animal. Se possuir mais de um cão em sua residência, é recomendado descartar que os demais também não estejam acometidos. A prevenção pode ser realizada por meio da vacinação anual.
Para o tratamento, pode ser recomendado utilizar antibióticos, glicocorticóides, broncodilatadores e antitussígenos, além de realizar nebulização. Jamais medique seu animal sem a orientação de um médico veterinário, pois muitos medicamentos utilizados na medicina humana podem ser tóxicos para os pets.
Prevenção
As vacinas estão disponíveis contra a maioria dos agentes que têm papel na patogenia da Tosse dos Canis e vêm sendo utilizadas em programas de vacinação na rotina clínica. Algumas das vacinas disponíveis são para uso parenteral e outras intra-nasal. As vacinas de uso intra-nasal parecem ter melhor efeito, pois induz uma imunidade local, protegendo o animal contra uma infecção e contra a doença. Além da vacinação, é preciso manter os animais em locais adequados, longe do frio, bem abrigados, sem contato com outros animais doentes. Oferecer uma alimentação de qualidade e água fresca disponível é fundamental para manter sua imunidade, assim como realizar atividades lúdicas e enriquecedoras diariamente.
Para evitar a disseminação da doença, os cães suspeitos de possuírem uma doença respiratória contagiosa devem ser isolados por mais de duas semanas, quando os primeiros sinais aparecerem .
Para desinfecção das instalações como creches, hotéis e internações, é indicado utilizar produtos à base de hipoclorito sódico, clorexidine ou solução de benzalcônio.
Referências Bibliográficas
BARR, Stephen C; Bowman, Dwight D. Doenças Infecciosas e Parasitárias em Cães e Gatos - Consulta em 5 minutos. Editora Revinter, p. 483-487, 2010.
FERNANDES, F.C; COUTINHO, S.D.A. Traqueobronquite Infecciosa Canina-Revisão. Rev Inst Ciênc Saúde, 22(4): 279-285, 2004.