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Tudo sobre: Peritonite Biliar

Introdução

A peritonite é definida como a inflamação do peritônio, uma membrana de revestimento interna do abdômen. Pode ser de vários tipos, sendo a forma séptica, que ocorre como consequência da presença de microrganismos, a mais comum. Ela pode ser decorrente de um trauma (fechado ou aberto), de uma cirurgia abdominal ou de afecções dos órgãos abdominais, como pancreatite, hepatite, tumores, perfurações intestinais, ruptura de vesícula biliar ou bexiga, entre outros. 

A vesícula biliar é responsável pelo armazenamento da bile, um fluido produzido pelo fígado que atua na emulsificação de gorduras no intestino dos animais. A bile possui metabólitos, sais e substâncias que atuam no processo de digestão e, por isso, o seu contato deve ser limitado à mucosa (camada mais interna) dos ductos biliares e intestino. Em alguns casos, ela pode entrar em contato com a mucosa de outros órgãos, como o estômago e esôfago, no caso de refluxo biliar, gerando o vômito bilioso. Porém, quando extravasa para a cavidade abdominal é responsável por uma inflamação gravíssima, conhecida como peritonite biliar. Normalmente há uma doença primária na vesícula ou ductos biliares (lama biliar, mucocele biliar, colecistite, cálculos biliares) que resulta no extravasamento do seu conteúdo para a cavidade abdominal, mas um dano iatrogênico (consequência de intervenção médica) também pode fazer com que a bile entre em contato com os órgãos abdominais e peritônio e cause um tipo de peritonite grave, seja por um acidente ou derramamento durante colecistectomia (remoção cirúrgica da vesícula). 

A gravidade vai depender do grau de contato, podendo ocorrer peritonite difusa ou localizada, séptica (presença de bactérias) ou asséptica (ausência de bactérias). 

Transmissão

-Não se aplica

Manifestações clínicas

- Icterícia

- Depressão

- Anorexia

- Apatia

- Dor

- Hipotensão

- Ascite

- Desidratação

- Êmese

- Fraqueza

- Hipotermia

- Pirexia

- Melena

- Sialorreia

Diagnóstico

- Exame clínico associado ao histórico do paciente

- Hemograma completo

- Fosfatase alcalina (FA)

- ALT-TGP

- AST-TGO

- Ácido lático (lactato)

- Bilirrubinas (direta, indireta e total)

- Proteínas totais e frações

- Gama GT

- Urinálise simples

- Análise de líquidos cavitários

- Ultrassonografia abdominal

- Tomografia computadorizada

- Laparotomia exploratória

Observação: A realização e a definição da necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).

Tratamento

A peritonite biliar é uma condição grave, com evolução rápida e de difícil tratamento. Os sais biliares em contato com as estruturas da cavidade abdominal podem causar necrose na superfície de diversos órgãos e levar o animal a um quadro de choque muito difícil de ser revertido. Quando ocorre na forma séptica, o problema se torna ainda mais grave, sendo uma condição que necessita tratamento hospitalar intensivo e acompanhamento de médicos(as) veterinários(as) com experiência em clínica, intensivismo e cirurgia. 

É uma condição cirúrgica que exige a remoção da vesícula biliar (colecistectomia). Além da técnica de remoção da vesícula, uma lavagem abdominal abundante deve ser realizada e, ao longo do tratamento, novas lavagens podem ser necessárias.

Deve ser realizada reposição de líquidos e eletrólitos por via intravenosa com fluidoterapia específica para cada caso. A antibioticoterapia deve ser intensa, muitas vezes com associação de antibióticos. Analgésicos e anti-inflamatórios também são medicações necessárias no manejo do paciente. Todo sintoma deve ser tratado de forma adequada e o animal vai necessitar de diversos cuidados: manejo nutricional para a anorexia, com passagem de sonda ou ingestão forçada de alimentos; antitérmicos quando houver febre ou aquecimento nos casos em que a temperatura permanece baixa (hipotermia); cuidados de enfermagem, como limpeza e troca de decúbito; vasopressores nos casos de hipotensão persistente; antioxidantes para auxiliar na “limpeza” do organismo e impedir os radicais livres de promoverem ainda mais problemas, entre outras terapias que podem ser necessárias à medida que o quadro evolui.

Prevenção

Pacientes sabidamente acometidos com alguma doença referente à vesícula biliar devem fazer acompanhamento profissional criterioso. Em alguns casos, a não resolução de problemas clínicos pode levar à remoção cirúrgica do órgão para evitar sua ruptura e derramamento de bile na cavidade. 

É uma afecção em que medidas preventivas também devem partir dos profissionais, principalmente dos cirurgiões, que devem ter todo o cuidado para evitar qualquer derramamento de bile na cavidade abdominal durante procedimentos cirúrgicos. 

Referências Bibliográficas

BEAL, M.W. Approach to the acute abdomen. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice. v.35, n.2, p.375-396, 2005.

FELDMAN, E.C. Tratado de Medicina Interna Veterinária - Doenças do cão e do gato. 2008. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. cap.145, p.1413-1416.

RADLINSKY, M.G. Cirurgia do Sistema Biliar Extra-hepático. In: FOSSUM, T.W. Cirurgia de Pequenos Animais. 2014. 4ed.Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. cap.22, p.619-621.

ZIMMERMAN, et al. Peritonite em cães. Ciência Rural. v.36, n.5, p.1655-1663, 2006.

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