Tudo sobre: Torção Uterina
Introdução
A torção uterina é uma condição emergencial caracterizada pela rotação de um ou ambos os cornos uterinos sobre seu próprio eixo longitudinal. Ocorre com maior frequência em gatas, porém é uma condição rara tanto em gatas quanto em cadelas. Está associada mais comumente às fêmeas gestantes no final da gestação e às fêmeas que já gestaram anteriormente (pluríparas).
Essa condição também pode ser causada por uma complicação das afecções uterinas como piometra, hemometra e mucometra, que resultam em aumento do útero por acúmulo de conteúdo intraluminal (sangue, pus ou muco). Outras possíveis causas são: diminuição do tônus uterino, diminuição dos fluídos fetais, estiramento do ligamento largo e inércia uterina que evolui para distocia.
Nas cadelas e nas gatas, a rotação ocorre ao redor do mesométrio (ligamento) com torção em sentido horário ou anti-horário em igual proporção.
Uma complicação da torção é a ruptura uterina que pode levar a um quadro grave de peritonite e óbito em casos de intervenção tardia.
Transmissão
-Não se aplica
Manifestações clínicas
- Dor abdominal
- Distensão abdominal
- Choque
- Hipotermia
- Corrimento vulvar hemorrágico
- Êmese
- Mucosas pálidas
- Desidratação
- Inquietação
- Distenção abdominal
- Óbito
Diagnóstico
Associação entre anamnese, exames físico e complementares. Exames que o(a) médico(a) veterinário(a) pode solicitar/ realizar:
- Hemograma
- ALT-TGP
- Fosfatase Alcalina (F.A.)
- Ureia
- Creatinina
- Ultrassonografia abdominal
- Radiografia abdominal
- Laparotomia exploratória
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
Tratamento
O tratamento de eleição é cirúrgico e deve ser realizado o mais rápido possível após o diagnóstico e estabilização da paciente. Não é indicado desfazer a torção sem a realização da castração, pois desse modo há a liberação de toxinas no organismo que podem agravar o quadro e levar o animal a óbito.
A terapia de suporte deve ser instituída com fluidoterapia, antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos. Deve-se tratar a peritonite caso esteja instalada.
Prevenção
Como forma de prevenção, indica-se a castração das fêmeas que não têm fins reprodutivos.
Referências Bibliográficas
COSTA, T. I. R. Urgências reprodutivas na cadela. Universidade técnica de Lisboa, p. 36-37, 2010.